É no meu próprio corpo a falésia
A asa da larva que germina o Voo
E da força com que te sinto
É que soluça uma fonte
Uma vaga de seio
Os astros que cintilam
A boca da noite rosa de mistério.
manuel feliciano
12.24.2012
12.21.2012
- Oh meu amor, ambos somos já o pão
Na boca dos amantes que nos mordem
De um dia a perpetuar outro dia
Nos lábios que repetem outras árvores
O mar que aconchega mais a areia
O trigo nos ombros cultivados
As mãos a vestir outras raízes
A bruma a recriar a pele inteira
À luz de um beijo quente condenados…
Manuel Feliciano
Na boca dos amantes que nos mordem
De um dia a perpetuar outro dia
Nos lábios que repetem outras árvores
O mar que aconchega mais a areia
O trigo nos ombros cultivados
As mãos a vestir outras raízes
A bruma a recriar a pele inteira
À luz de um beijo quente condenados…
Manuel Feliciano
Anjos envoltos de névoas
Torneiam-nos as folhas
Os rios dos cabelos
Vão tão de seiva a vestir os ramos
E nos nossos lábios são mais anjos
No sabor das bocas
Têm mais rosto, mais noite e estrelas
Franzem-nos, a garganta fresca
ao cismo das pálpebras
à ponte de espuma, onde acabamos
No rasto dos peixes luminosos
Um olhar a amadurecer a argila
Uma ferida a cair de tenra
Da árvore das tuas mãos, reabre
Jardim banhado de frêmito
A nitidez das pernas, o gozo absoluto
O chão da pele onde escutamos o fogo
Da voz a encontrar os teus ombros
O céu avermelhado
Nas sombras do mar
O ventre
A placenta
Um grito a dar à luz
Tão límpidos nos corais das nossas bocas.
manuel feliciano
Torneiam-nos as folhas
Os rios dos cabelos
Vão tão de seiva a vestir os ramos
E nos nossos lábios são mais anjos
No sabor das bocas
Têm mais rosto, mais noite e estrelas
Franzem-nos, a garganta fresca
ao cismo das pálpebras
à ponte de espuma, onde acabamos
No rasto dos peixes luminosos
Um olhar a amadurecer a argila
Uma ferida a cair de tenra
Da árvore das tuas mãos, reabre
Jardim banhado de frêmito
A nitidez das pernas, o gozo absoluto
O chão da pele onde escutamos o fogo
Da voz a encontrar os teus ombros
O céu avermelhado
Nas sombras do mar
O ventre
A placenta
Um grito a dar à luz
Tão límpidos nos corais das nossas bocas.
manuel feliciano
12.15.2012
O teu corpo é um tear
Feito de lua. E eu sou o tecido humano
que nele trabalha.
A espuma. Em ti o pó da noite. A estrela alheia
O jardim que os teus olhos não habitam
Nem recordam nem têm saudade. É uma rosa
A nascer numa pedra, a evolver-me o pescoço
Sinto a marca dos teus dedos. Deixo-te no sono
Dares-te ao solo, envelheceres, nasceres de novo
Como uma maçã que vinga e amadurece
Cheira-me à tua cintura, circulas-me novamente
E ao teu silêncio, dobro-me nos teus lábios
Toco-te os joelhos
Cheios de mistério
O teu corpo floresce já a terra
Beijas-me, dizes-me amor
Numa gota de chuva
Que escorre no teus cabelos, bate-me o coração!
manuel feliciano
Feito de lua. E eu sou o tecido humano
que nele trabalha.
A espuma. Em ti o pó da noite. A estrela alheia
O jardim que os teus olhos não habitam
Nem recordam nem têm saudade. É uma rosa
A nascer numa pedra, a evolver-me o pescoço
Sinto a marca dos teus dedos. Deixo-te no sono
Dares-te ao solo, envelheceres, nasceres de novo
Como uma maçã que vinga e amadurece
Cheira-me à tua cintura, circulas-me novamente
E ao teu silêncio, dobro-me nos teus lábios
Toco-te os joelhos
Cheios de mistério
O teu corpo floresce já a terra
Beijas-me, dizes-me amor
Numa gota de chuva
Que escorre no teus cabelos, bate-me o coração!
manuel feliciano
12.14.2012
Em mim existe uma largura de mar
Não conheço a negrura da noite
Onde uma cama aberta com folhas de palmeiras
Não possa sentir o teu amplexo do ar
O sangue a movimentar-te o corpo
A secreta flor a beber-te na chuva
E as mãos todas fora do seu contorno
Só a tua cintura
Ponto de naufrágio
Os meus olhos são o pátio
Onde os teus seios exprimem luar
Caiam as folhas
Nasçam as flores
E os lábios se queimem ao gelo
Há crianças que matam a sede
Mesmo que as mãos se desprendam
É
Mais alto o amor,
Quando os barcos não chegam
Sobre as conchas da areia!
Manuel Feliciano
Não conheço a negrura da noite
Onde uma cama aberta com folhas de palmeiras
Não possa sentir o teu amplexo do ar
O sangue a movimentar-te o corpo
A secreta flor a beber-te na chuva
E as mãos todas fora do seu contorno
Só a tua cintura
Ponto de naufrágio
Os meus olhos são o pátio
Onde os teus seios exprimem luar
Caiam as folhas
Nasçam as flores
E os lábios se queimem ao gelo
Há crianças que matam a sede
Mesmo que as mãos se desprendam
É
Mais alto o amor,
Quando os barcos não chegam
Sobre as conchas da areia!
Manuel Feliciano
12.12.2012
Quero beber-te
Só a meio voo
Como quem cheira
As penas de um pássaro
E os bagos e as uvas
Restando nas minhas mãos
A minha garganta
É uma ramada
Onde o sol se deita
Perdi-te? Não sei.
O rio corre
E as raízes beijam-lhe a carne
As minhas estão na tua humidade
Na canção
Das tuas pernas
A chamar o mar
Em mim estás toda nua
És videira a florir
A terra cresta
E na ternura da língua
O teu fogo escorre
Tu não sabes partir
és pão a voltar-me à erva.
manuel feliciano
Só a meio voo
Como quem cheira
As penas de um pássaro
E os bagos e as uvas
Restando nas minhas mãos
A minha garganta
É uma ramada
Onde o sol se deita
Perdi-te? Não sei.
O rio corre
E as raízes beijam-lhe a carne
As minhas estão na tua humidade
Na canção
Das tuas pernas
A chamar o mar
Em mim estás toda nua
És videira a florir
A terra cresta
E na ternura da língua
O teu fogo escorre
Tu não sabes partir
és pão a voltar-me à erva.
manuel feliciano
12.11.2012
Geada e vento
No íntimo
Do fogo
Rosam
Os teu seios
Nos meus olhos
Os meus braços
choram-te beijos
De brancura
e a terra estala
De sol
a Voltar
os pássaros
que Atravessam
O meu corpo de argila
Os teus pés na garganta
De erva molhada
Já trabalha ao longe no teu jardim
a nudez das flores.
Manuel Feliciano
No íntimo
Do fogo
Rosam
Os teu seios
Nos meus olhos
Os meus braços
choram-te beijos
De brancura
e a terra estala
De sol
a Voltar
os pássaros
que Atravessam
O meu corpo de argila
Os teus pés na garganta
De erva molhada
Já trabalha ao longe no teu jardim
a nudez das flores.
Manuel Feliciano
12.07.2012
12.06.2012
Esta noite encosto o pescoço
À entrada do rio ao mar
E sinto que o teu colo é diferente
recomeça
Os filhos , os animais e as abelhas
E a minha boca
Um chão de suspense
Semeado
Tudo o que te desço
É como que
Um gozo de estrela
Pouse na língua
E os pássaros
Pássaros que nunca nasceram
Te debiquem
Mas tu floresces
Onde dizem que é pedra
É a tua mão a violar o sol que queima a folha
Caminho que só leva ao rosto
Os dias que só têm começo
Já os barcos vão
E nós ainda ficamos em rio de amendoeiras!
Manuel Luís Feliciano
À entrada do rio ao mar
E sinto que o teu colo é diferente
recomeça
Os filhos , os animais e as abelhas
E a minha boca
Um chão de suspense
Semeado
Tudo o que te desço
É como que
Um gozo de estrela
Pouse na língua
E os pássaros
Pássaros que nunca nasceram
Te debiquem
Mas tu floresces
Onde dizem que é pedra
É a tua mão a violar o sol que queima a folha
Caminho que só leva ao rosto
Os dias que só têm começo
Já os barcos vão
E nós ainda ficamos em rio de amendoeiras!
Manuel Luís Feliciano
Quero cavar o teu corpo com o meu sorriso
E não respirar do vento
Senão do teu vento
E não beber da água senão da tua
É isso que dá vida ao meu corpo
Que move o mundo
E não me envelhece
De asas de cigarra queimada
Eu vou ao mar
E do balsamo que escorreu
Faço voltar
O teu corpo mais maduro
O dia mais intenso
A crescer-te pelos cabelos
E os meus braços
A mergulhar nos teus tão mais inteiros
Nas campainhas das flores
A fresquidão dos teus seios
Bebo-os só com um gesto de sede
Como um rio que toca o mar e não deságua
Na tua boca tenra
maçã que não apetece mais aos bichos!
Manuel Feliciano
E não respirar do vento
Senão do teu vento
E não beber da água senão da tua
É isso que dá vida ao meu corpo
Que move o mundo
E não me envelhece
De asas de cigarra queimada
Eu vou ao mar
E do balsamo que escorreu
Faço voltar
O teu corpo mais maduro
O dia mais intenso
A crescer-te pelos cabelos
E os meus braços
A mergulhar nos teus tão mais inteiros
Nas campainhas das flores
A fresquidão dos teus seios
Bebo-os só com um gesto de sede
Como um rio que toca o mar e não deságua
Na tua boca tenra
maçã que não apetece mais aos bichos!
Manuel Feliciano
O fogo ateia-se à minha boca
E as raízes do amor desprendem-se
Ouço então as tuas pálpebras
A desfiar a nuvem
A pigmentação do teu rosto
A circulação do sangue
Das sombras mais inertes, um olhar quente
Na secura da saliva um ramo fulgurante
Na voz silente, a nitidez da carne
O gesto vivo da tua cintura banhada de água
Um fio de grito a comungar a flor
E na frescura do teu seio toda a inocência
A nua primavera a percorrer-me a língua
A música dos bichos
Na clareira dos cabelos
De aurora perfumada, beijo-te e da negrura
A fronte alva do teu útero
Uma folha caída reage ao amor de lábios disfarçada
A minha boca limpa-se de ternura na tua
Acende-te e não queima
Num pássaro de carícias anterior ao mundo
Manuel Feliciano
E as raízes do amor desprendem-se
Ouço então as tuas pálpebras
A desfiar a nuvem
A pigmentação do teu rosto
A circulação do sangue
Das sombras mais inertes, um olhar quente
Na secura da saliva um ramo fulgurante
Na voz silente, a nitidez da carne
O gesto vivo da tua cintura banhada de água
Um fio de grito a comungar a flor
E na frescura do teu seio toda a inocência
A nua primavera a percorrer-me a língua
A música dos bichos
Na clareira dos cabelos
De aurora perfumada, beijo-te e da negrura
A fronte alva do teu útero
Uma folha caída reage ao amor de lábios disfarçada
A minha boca limpa-se de ternura na tua
Acende-te e não queima
Num pássaro de carícias anterior ao mundo
Manuel Feliciano
12.04.2012
Há uma mulher à minha espera
Num barco de nuvem
De lança de aurora e de núpcias
Metafísica de longínquos cabelos de seda
E um cavalo azul atravessa o céu
De líquidos dedos e sons aromáticos
Por detrás das rosas com bocas de carne
Oh ânsia de um Deus vivo
Oh natureza sensorial respira
E diz palavras para que todos oiçam
Oh carros e máquinas assassinas
Fiquem humanos
Oh homens sejam carros nessas ruas
Metalizai o vosso ego e orgulho
Pelo menos um cão
Nesses Lassos olhos como a noite
Ladre a podridão
Nesses ferros, nessas prisões
Que a inteligência humana pariu
Um rato no esgoto não queira ser homem!
Manuel Feliciano
Num barco de nuvem
De lança de aurora e de núpcias
Metafísica de longínquos cabelos de seda
E um cavalo azul atravessa o céu
De líquidos dedos e sons aromáticos
Por detrás das rosas com bocas de carne
Oh ânsia de um Deus vivo
Oh natureza sensorial respira
E diz palavras para que todos oiçam
Oh carros e máquinas assassinas
Fiquem humanos
Oh homens sejam carros nessas ruas
Metalizai o vosso ego e orgulho
Pelo menos um cão
Nesses Lassos olhos como a noite
Ladre a podridão
Nesses ferros, nessas prisões
Que a inteligência humana pariu
Um rato no esgoto não queira ser homem!
Manuel Feliciano
12.03.2012
Tenho sede da clareza do teu corpo,
Onde se afogam todos os segredos
Na seda da palavras
Quentes e trémulas
É noite de um veleiro no mar e toda a verdade se esconde
Nos meus lábios dentro dos teus num crepúsculo
Os meus braços entram no teu cálice
Depois de entornados
E em mim inclina-se a força do amor que palpita
O soluço de uma erva violada
Pela carícia do vento quente
As areias definitivamente compõe-se
No pólen de uma rosa com asas
A espuma branca das palavras voltam ao mar
A luz para a vela que ardeu na sombra
Tenho sede dessa tua boca molhada de sal
Que ainda só é parede junto ao barco
Das pétalas das flores que já arderam e ainda estão tenras
No medo de não ser libre corro
sinto os teus ombros molhados
as primeiras abelhas a sair dos favos
como um milagre
da espada a rasgar o fogo
e a minha boca a desfazer-se em sementes
Pelo cheiro da tua pele
Dentro da minha, uma palavra cheia de sangue a cortar-me.
manuel feliciano
Onde se afogam todos os segredos
Na seda da palavras
Quentes e trémulas
É noite de um veleiro no mar e toda a verdade se esconde
Nos meus lábios dentro dos teus num crepúsculo
Os meus braços entram no teu cálice
Depois de entornados
E em mim inclina-se a força do amor que palpita
O soluço de uma erva violada
Pela carícia do vento quente
As areias definitivamente compõe-se
No pólen de uma rosa com asas
A espuma branca das palavras voltam ao mar
A luz para a vela que ardeu na sombra
Tenho sede dessa tua boca molhada de sal
Que ainda só é parede junto ao barco
Das pétalas das flores que já arderam e ainda estão tenras
No medo de não ser libre corro
sinto os teus ombros molhados
as primeiras abelhas a sair dos favos
como um milagre
da espada a rasgar o fogo
e a minha boca a desfazer-se em sementes
Pelo cheiro da tua pele
Dentro da minha, uma palavra cheia de sangue a cortar-me.
manuel feliciano
12.01.2012
O que te quero dizer
É lábios feridos
De bicho sadio
Que apetece à flor
no jardim da carne
O que te quero dizer
é uma mão a salvar-se
Dentro do teus olhos
onde já morri
o mar sou todo eu
E das mãos que não dás
os lábios a juntar-se
Há inferno ao te amar
dos teus pés ao céu
O que não te sei dizer
é a tua vinha madura
Os meus lábios tão secos
pela tua doçura
E os teus olhos sem noite
para eu dormir.
manuel feliciano
É lábios feridos
De bicho sadio
Que apetece à flor
no jardim da carne
O que te quero dizer
é uma mão a salvar-se
Dentro do teus olhos
onde já morri
o mar sou todo eu
E das mãos que não dás
os lábios a juntar-se
Há inferno ao te amar
dos teus pés ao céu
O que não te sei dizer
é a tua vinha madura
Os meus lábios tão secos
pela tua doçura
E os teus olhos sem noite
para eu dormir.
manuel feliciano
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