Quando a Giovanna passa sobre as ruas de Arequipa
Como o verbo no princípio a naufragar no peito
Onde a terra é abundante e as árvores dão frutos
E o leão e o cordeiro caminham lado a lado
E nas tuas pálpebras em flor
Os meus olhos pousam como duas borboletas
E o meu corpo não sente fome nem sede nem distancia
Porque tu habitas-me como a eternidade de todas as coisas
Sem o predador e a presa angustiados
Porque tu és como o maná sobre a rocha do deserto
A semente que diz palavras de amor sobre a areia
És como um sol suave que não queima
Por mais frio que caia sobre o corpo
Tu dizes sempre a Primavera através das tuas mãos quentes
Morro todos os dias e sou feliz contigo
Porque tu és o lugar onde Deus criou Adão e Eva.
Manuel Feliciano
Sem comentários:
Enviar um comentário