O meu país, penso nunca o ter visto
Queria tê-lo conhecido de carne e osso
De olhar terno e generoso de mulher
E nas tuas mãos segurar o meu rosto
De rosas que não magoam o coração.
Manuel Feliciano
11.22.2014
Pensei que o meu país
De praias, pinheiro altos, céu azul
De cheiro a uvas
Fosse o sangue que corre
No coração de mãe, chão amplo de searas
Sorriso branco, que brota dos seios
Olhos verdadeiros, choro e canção
Mas dentro do meu país
O próprio céu se vende
O sol, tantas vezes o sol, bocas mirradas
Por vontade de o beberem, voz dentro
Mercadoria em cima de um camião
Nas janelas, olhos tão de noite ampla
Cheios de manhã a abrir o céu
As mãos perdem os gestos como as pedras
Embora dentro das pedras haja o mar
As rosas que ainda nascem
De pura saliva a chamar os lábios
O beijo a roçar as ervas molhadas
Os ombros que não abandonam
O rosto que amadurece os frutos
Dentro de cada olhar!
Manuel Feliciano
De praias, pinheiro altos, céu azul
De cheiro a uvas
Fosse o sangue que corre
No coração de mãe, chão amplo de searas
Sorriso branco, que brota dos seios
Olhos verdadeiros, choro e canção
Mas dentro do meu país
O próprio céu se vende
O sol, tantas vezes o sol, bocas mirradas
Por vontade de o beberem, voz dentro
Mercadoria em cima de um camião
Nas janelas, olhos tão de noite ampla
Cheios de manhã a abrir o céu
As mãos perdem os gestos como as pedras
Embora dentro das pedras haja o mar
As rosas que ainda nascem
De pura saliva a chamar os lábios
O beijo a roçar as ervas molhadas
Os ombros que não abandonam
O rosto que amadurece os frutos
Dentro de cada olhar!
Manuel Feliciano
11.14.2014
A minha Pátria, tem árvores
E belos frutos
Sob ela sonham crianças
O sol que enche os jardins
O rio que trago nos olhos
E as uvas de verão que secam os lábios ao namorados
A minha Pátria
Não é fonte de rosas e de bichos
Da vileza de quem não ama
maçãs só de alguns, de rouxinóis na gaiola
Daqueles que matam
Que escrevem no chão o mel das abelhas
A qualquer custo
A minha Pátria é vento fresco
Estrela celeste
Chão quente, mão que molha na erva
Orvalho que tinge.
Nem toda a voz é a minha Pátria
Porque lhe falta os cabelos
O sal que aduba a terra, o choro verdadeiro
A Luz, o dia que nasce
Por entre o cantar das silvas!
E belos frutos
Sob ela sonham crianças
O sol que enche os jardins
O rio que trago nos olhos
E as uvas de verão que secam os lábios ao namorados
A minha Pátria
Não é fonte de rosas e de bichos
Da vileza de quem não ama
maçãs só de alguns, de rouxinóis na gaiola
Daqueles que matam
Que escrevem no chão o mel das abelhas
A qualquer custo
A minha Pátria é vento fresco
Estrela celeste
Chão quente, mão que molha na erva
Orvalho que tinge.
Nem toda a voz é a minha Pátria
Porque lhe falta os cabelos
O sal que aduba a terra, o choro verdadeiro
A Luz, o dia que nasce
Por entre o cantar das silvas!
Manuel Feliciano
11.09.2014
Esta manhã o teu olhar no autocarro
Era de azul poema
Tinhas dentro dele as árvores inteiras
O chão intacto
As folhas que desconhecem o sangue
As maçãs que não gemem dentro da flor
As mãos que antecedem o fogo
Era esse o encanto dos teus olhos
Enleados à minha mão
Prolongados ao meu peito
Centelha
Que faz arder a noite sem doer o beijo
A minha carne na tua
mar que não queima
Os meus lábios em silêncio
A beijarem os teus
Tão abertos que me fecharam dentro de ti
Eu dentro do teu útero
Intacto quase flor
Como as primeiras rosas que já são rosas
E ainda não nasceram
E em sua volta as andorinhas
Tinhas tudo isto
Antes de teres decido sair em S.Bento
A sorte é que eu morri contigo naquele instante
E já me sinto a abrir em ti como um grão
A crestar na tua terra
Neste suspiro de saliva
De Adão e Eva.
Era de azul poema
Tinhas dentro dele as árvores inteiras
O chão intacto
As folhas que desconhecem o sangue
As maçãs que não gemem dentro da flor
As mãos que antecedem o fogo
Era esse o encanto dos teus olhos
Enleados à minha mão
Prolongados ao meu peito
Centelha
Que faz arder a noite sem doer o beijo
A minha carne na tua
mar que não queima
Os meus lábios em silêncio
A beijarem os teus
Tão abertos que me fecharam dentro de ti
Eu dentro do teu útero
Intacto quase flor
Como as primeiras rosas que já são rosas
E ainda não nasceram
E em sua volta as andorinhas
Tinhas tudo isto
Antes de teres decido sair em S.Bento
A sorte é que eu morri contigo naquele instante
E já me sinto a abrir em ti como um grão
A crestar na tua terra
Neste suspiro de saliva
De Adão e Eva.
Manuel Feliciano
11.05.2014
Adão e Eva
Não me digas nada
Quero-te
Jardim despido
Flor
Infecundada
Lábio por lábio
E mãos incriadas
Desvive-me
De pó e Eva
E maçã trincada
Dos joelhos
À boca
Em fios de saliva
E pássaros
De língua
Entre o céu salgado
Sem estrelas
Na minha garganta
Não te prometo Deus
Porque os meus olhos
Não sólidos
Não sabem a maçã
De árvore
Errada
E Sóbria
Da qual me desveneno
Senão aos teus pés
Chão do paraíso!
manuel Feliciano
Quero-te
Jardim despido
Flor
Infecundada
Lábio por lábio
E mãos incriadas
Desvive-me
De pó e Eva
E maçã trincada
Dos joelhos
À boca
Em fios de saliva
E pássaros
De língua
Entre o céu salgado
Sem estrelas
Na minha garganta
Não te prometo Deus
Porque os meus olhos
Não sólidos
Não sabem a maçã
De árvore
Errada
E Sóbria
Da qual me desveneno
Senão aos teus pés
Chão do paraíso!
manuel Feliciano
Quando
quiseres dizer que me amas: diz mãe
E o coração saber-te-á por inteiro
Não me abraces: diz amor amor em gestação
Depois acaricia o feto e alegra-te
Como uma flor transformada
Com a voz dentro de outra voz.
Não me beijes: Sente a tua barriga em lume
A iluminar-te sem peso
Com o teu corpo vergado
E um pouco mais de ti a estender-se
E o teu eu em outro eu.
E se por ventura chorares
É porque às vezes o choro é uma forma de sorrir profunda
E o amor é um filho dentro da boca
E o umbigo é o rio que nos enlaça
Quando quiseres dizer que me amas: diz mãe
Mas não te esqueças com o mar nos lábios
Porque o amor dói como o sol em carne
O amor é morrer para seres mãe.
manuel feliciano
E o coração saber-te-á por inteiro
Não me abraces: diz amor amor em gestação
Depois acaricia o feto e alegra-te
Como uma flor transformada
Com a voz dentro de outra voz.
Não me beijes: Sente a tua barriga em lume
A iluminar-te sem peso
Com o teu corpo vergado
E um pouco mais de ti a estender-se
E o teu eu em outro eu.
E se por ventura chorares
É porque às vezes o choro é uma forma de sorrir profunda
E o amor é um filho dentro da boca
E o umbigo é o rio que nos enlaça
Quando quiseres dizer que me amas: diz mãe
Mas não te esqueças com o mar nos lábios
Porque o amor dói como o sol em carne
O amor é morrer para seres mãe.
manuel feliciano
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