Sonho o dia
Em que eu seja leve e inteiro
E que o facto de ser
De andar
Agir
E de observar o mundo
Seja já um poema
Sem nenhum peso
Pesa-me pensar o mundo
E não saber o que é o mundo
De ser animal
Que tenta matar as frases
De sol de cardos
Que afligem
para seguir em frente
Frágil e inconstante
Dor de cada dor
De não puder dar luz aos teus olhos
De madre pérola
Lágrima de cada lágrima
Ilógico e irracional
Da natureza da brisa
Que não se ocupa em ficar fechada
Porque é na alma que a carne dói
Que a razão se dissolve num sorriso
Ou grito
Nada é mais lógico que o mar a gemer nas pedras
Que uma nuvem inteira a desfazer-se em chuva.
Manuel Luís Feliciano
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