Desfiguro na floresta do teu umbigo
Ao teu calor fecho os olhos
e sinto a morte
a abrir-me
é como o mar das tuas pernas
a ceifar-me a boca
tão verde de pássaros
nos ramos da floresta
o cantar do sol
a entregar-me outras planuras
os teus ombros quentes
Na minha garganta em cinza
enchem-me da tua boca
Braços de ternura
respirar de estrelas
Ferida de água
A erva cresce-me no mais fundo de ti
Na escuridão dos peixes
Dobrando o pescoço
O teu tronco inteiro
Molda-se ao meu e ainda é dia!
Manuel Feliciano
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