A liberdade
É uma palavra inútil
No seu significado
E o que é útil
É a forma como cada qual a transfigura
Os pedaços de um rio férreo
Em rosa
Água
Ou barco
No jardim da memória
Que vamos colocando com as mãos
Num lugar
Onde nem nós mesmos o conhecemos
E desfigurando o óbvio
Enfrentando com loucura o mundo
A que estamos presos
viajamos
Rasgamos essa palavra
Que não vale de nada
Se não houver o sonho
A força
A embriaguez do amor
Um espaço interior
Onde caminhamos sem as mãos presas
A coragem contra urgência do mundo
Para acendermos a luz no corredor de uma manhã
Contra a própria cegueira
O propósito do caminho no incerto
De uma flor a dar-te a mão
Por entre o nevoeiro.
Manuel Luís Feliciano
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