Quero beber-te
Só a meio voo
Como quem cheira
As penas de um pássaro
E os bagos e as uvas
Restando nas minhas mãos
A minha garganta
É uma ramada
Onde o sol se deita
Dentro da tua
Perdi-te? Não sei.
O rio corre
E as raízes beijam-lhe a carne
As minhas estão na tua humidade
Na canção
Das tuas pernas
A chamar o mar
Em mim estás toda nua
És videira a florir
A terra cresta
E na ternura da língua
O teu fogo escorre
Tu não sabes partir
és pão a voltar-me à erva.
manuel feliciano
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