Portugal
País insano
Não tens barcos
Nem arrais
São as formigas o teu cais
Que te abrem o mar
Palhinha por palhinha
Que te carregam
Do extremo da flor ao mar
Falta-te o gesto humano das ervas
Num por de sol
A morrer de paz
Não tens o tremor de um beijo
Urge-te saber seres terra
Pés nos valados
Geada nas mãos
E ouvires o coração
Nas pernas das mondadeiras
Dos grão da estirpe humana
Dos animais e árvores que respiram
As flores e bichos que o Planeta abraça
Seres sangue de todos em cada um
E ao teu silêncio mais um mendigo
Um excluido de feras de carne
Uma prostituta que ilumina a praça
Mais pura que a verdade
Um homem desempregado
Uma família que ficou sem nada
Que deixaste de amar
Tu não honras as estrelas
O mar de cada um
Tu não mereces o teu chão
Porque és guerra
Entre a escuridão
Tu és pecado
E não és perdão
E as flores é que te padecem.
Manuel Feliciano
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