Sou grito apenas que se levanta
Não posso ser teu porque sou de ninguém
Sou ave que voa e se encanta
Ao pousar-te és-me o céu mais além
Como um salteador que vai vagueando
No trigo dos teus cabelos se abraça
No tempo em que o teu olhar me enlaça
E os meus lábios com os teus vão chorando
Uma gaivota que grita dentro de mim
Sou como o vento que não consegue parar
Dentro dos teus olhos a naufragar
Voando ao partir longe de ti
És-me o perto das tuas mãos a chamar
Proa de seio pelo amor a marear.
Manuel Luís Feliciano
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