7.02.2019

Portugal

Nasce o sol
Na púbis da montanha
Há erva que cresce
E alegra a terra
No corpo maduro
No suspiro de orvalho
A formiga trabalha
A farinha
E o pão
Que cresta na boca
O gemido do dia
E outras tantas caem
Pelos seios inclinados
À guerra
À tortura
Ao silêncio
À indiferença
Ao medo
Se a formiga não tem pernas
É tirano o beijo
A lei
A ferida
Que esmaga de desejo
A voz dentro das flores
O sol entrecolhido
A luz de não seres nada
No mar que está parado
Portugal não chora!

Manuel Luís Feliciano

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