A noite é velha
De sílabas cansadas
De flor a crestar
O medo
A voz enferrujada
Navios roucos
Pousados
Sobre a areia
Rosa divina
As tuas mãos são o leme
Contra a miséria
A pobreza
E a opressão
Desata o povo
Felizmente há luar
Rosas nos seios
A esperança
E o amanhã
O fogo que nos quer
Viver
A boca
Quente
O orvalho
A paz
O mar
A pele
As costas
E a redenção
Ardem cadeiras
E moedas no chão
As grades
O cárcere
Somos o vinho
Que ferve pelos bagos
Dança comigo
Põe a tua saia verde
Calam-se os sinos
E os Reis do Rossio
Tu és Paris
E e eu a Revolução
A queda da Bastilha
A voz nova que nasce
O fogo
A redenção
O povo
A rua menstruada
A voz que sonha
O feto
Vencer a escuridão.
Manuel Luís Feliciano
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