Entre a sombra e o homem
Entre o homem e a sombra
Quero a tua mão fresca de fruto
Que me tire daqui
Das areias finas
Do teu corpo escaldante
A terra
Deserto
A música da tua saliva
Só a rosa da tua boca
Beijar-te a púbis
Ser rio
Decompõe as palavras
O grito das flores
A beijar o verão
O sol que não chora
As ruas em betão
Os frutos a gritar o Outono
O aroma das tuas pernas
Salva-me
Sabes a mel
Criação da água
Beijo
Desmoldura
Pele fresca da chuva
Abraço-te
Decompõe-me a noite
Decompõe-me o dia
As ideias que cegam
O princípio
E o fim
As frases que estão presas
E os teus seios o jardim
Liberdade
Veredas sem caminho
As palavras que correm
No estalar do amor
Voz do poema da tua boca
Abrigo
Sem lugar.
Manuel Luís Feliciano
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