Na minha garganta bate o sol nas pedras
E os teus passos de mel piam-me de dor
Cheiras-me a flores que morrem de belas
E dentro dos teus pés é todo o meu amor.
Na minha garganta há um campo verde
De ervas e papoilas, carne onde te deitas
E eu sou o grito molhando a tua sede
O chão ausente com que me deleitas
Na minha garganta está o fim de tudo
O meu pescoço dorme junto ao teu peito
E os teus braços chegam a não ser nada
Na minha garganta começa o teu leito
Sinto a cinza no sangue da tua palavra
E tu em mim somente o céu sem fundo.
Manuel Feliciano
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