Quero sol amor
Tenho a boca fria rasgada pela chuva
De a gastar com a sede
De a consumir afinal no que nasce e dorme
Na a luz dos teus cabelos
O silêncio da imensidão do sol, que não sabe do amor
E da saliva que resiste aos cardos que florescem
No silêncio de te chamar
O grão que se gasta a cada sílaba
O grão que levanta o pó da minha boca, a terra que limpa água suja
Com o rubor e o beijo dos pêssegos
O cheiro das ervilheiras, os meus pés molhados
O zumbido das abelhas tão tenras
Seja os teus braços contra a ausência
Que os meus olhos ardam nas folhas que secam amarelas
Mas que eu possa brincar num jardim sem estremecimento
Renovar o ar
A folha a cair de verde
A água que falta na borda dos lábios, na raíz dos dedos
Cortados
Na rocha que o teu rosto amadurece
Enquanto os meus olhos
Aguentam as palavras de bocas que nos apertam quase tácteis
E esmagam
As veias que queimam,
A força dos seios a limpar as nuvens.
MF
Tenho a boca fria rasgada pela chuva
De a gastar com a sede
De a consumir afinal no que nasce e dorme
Na a luz dos teus cabelos
O silêncio da imensidão do sol, que não sabe do amor
E da saliva que resiste aos cardos que florescem
No silêncio de te chamar
O grão que se gasta a cada sílaba
O grão que levanta o pó da minha boca, a terra que limpa água suja
Com o rubor e o beijo dos pêssegos
O cheiro das ervilheiras, os meus pés molhados
O zumbido das abelhas tão tenras
Seja os teus braços contra a ausência
Que os meus olhos ardam nas folhas que secam amarelas
Mas que eu possa brincar num jardim sem estremecimento
Renovar o ar
A folha a cair de verde
A água que falta na borda dos lábios, na raíz dos dedos
Cortados
Na rocha que o teu rosto amadurece
Enquanto os meus olhos
Aguentam as palavras de bocas que nos apertam quase tácteis
E esmagam
As veias que queimam,
A força dos seios a limpar as nuvens.
MF
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