É neste silêncio tão de árvore
De cinza
Que os teus braços contra
o meu peito
de nuvem mordida
de chuva
semeiam as primeiras folhas
E o teu fogo entra na raiz
E na saliva que corre
O céu é inteiro
O teu corpo quente
E as aves, que se foram
parem-me a luz
a tua brisa
E as amexas rosas dos teus lábios
O teu nome
Escorre-me pela garganta
Desagua pela tua
Cintura
vem-me o cheiro
Do teu ventre
E a tua mão a nascer na minha
Os teus cabelos
ainda florescem
E chamam as abelhas
Tenras
Às flores com que te trago
Neste silêncio.
Manuel Feliciano
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