Os meus olhos não têm espaço
São o céu da tua boca
Jardim do teu abraço
No azul da tua cintura
Desejo ser-te o mar
Arder no teu vestido
Por entre algas e sal
Visitar-te o paraíso
Não me faças refém
Do mundo que é e não é
De uma criança que chora
No sussurro de uma maré
Derruba-me os muros
Soldados e combatentes
No laço dos teus lábios
Papoilas choram sementes
Tu despes-me o corpo
Vento que vai e vem
Que não encontra o rumo
E o teu luar conhece bem
As tuas mãos apátridas
Linhas no infinito
Sou estranha criatura
No fogo do teu grito.
Manuel Feliciano
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