11.20.2023

O Eu entre os abismos

 

O mundo é o próprio abismo, o abismo de existir, o abismo de não o compreendermos, o abismo de encararmos a viagem,  o abismo de não nos percebermos, o abismo da ilusão,  o abismo de ser ou não ser, o abismo de não sermos por completo, o abismo de todos os porquês sem uma resposta óbvia,   o abismo da finitude.

Manuel Luís Feliciano

11.10.2023

 A consciência das coisas 

Em permanência 

Torna-se material

Dói e pesa

Como um homem já sem força 

Sozinho 

A arrastar-se à chuva.


Manuel Luís Feliciano

11.08.2023

 Amo o teu corpo 

A tua saliva

Os teus olhos

O teu nariz e boca 

A tua pele de seda 

A tua bucetinha rosada 

A tua rosa anal 

Amo a tua ousadia 

O Teu sol

A Tua lua 

O Teu inverno e primavera 

O Teu verão e outono

Amo-te árvore vestida e despida 

Amo o teu sal marítimo 

Vaga de mar e rosas 

Lágrimas 

E o mel das tuas ancas

Axilas 

Virilhas 

Lábios bucetianos 

Amo-te dos pés à cabeça 

Da terra ao céu 

Do céu à lua

Fodes-me com o teu olhar 

Com o teu look

Com os teus movimentos 

Com a tua magia.....

Fodes-me de amor 

Quando diz que sim

Quando diz que não 

Quando optas por não dizer nada 

Quando me negas 

Quando me jogas fora da tua estrada 

Quando não me deixas ler o amor no teu corpo

Quando não me deixas escrever poemas na tua pele

Quando me abandonas, sabe-me sempre a ti

Quando me dizes não também me dizes sim

Ao teu beijo

Ao teu soluço 

Ao barco determinado que te atravessa 

Ao farol que te ilumina 

Numa noite de nevoeiro 

Sou eu

Mãe 

Amor 

Irmã 

Deusa 

Mulher 

Amante 

Minha âncora desancorada

Há um hemisfério que se une ao teu outro

Uma pedra que toma a tua mão e faz parte do teu muro 

O mar dos teus olhos existe mesmo  fora de ti 

E entra-me pela luz de sol que me galga

Amanda C

Amanda C 

Amanda C

Escreve- te a minha boca enrolada no mar a bater na tua púbis .

Amanda C

Diz o mar a bater na leveza das tuas doces ancas

Planície de orquídeas.


Manuel Luís Feliciano

9.27.2023

 Antes demais...

Te dizer que adoro a cor da tua pele 

A tua cor tem doces e macios 

Que mais nenhuma outra pele tem 

À parte de teres uma cor bonita 

 Tal como a primavera 

Tem cheiros e cores sempre novas como as flores

É cor de manhã que nasce 

Do sol que se põe 

Do dia que renasce 

É cor de Brasil 

Amo a beleza da tua pele por ser morena, mas pode ser mais escura, ou mais clara, não

Perde luar, luz e candura

Além de que é pele de mulher 

Do amor que nasce dentro de ti, é cor de mãe, de filha 

De Deus e infinito, de sonho que transborda

De uma manhã que há-de sempre surgir.


Manuel Luís Feliciano

9.24.2023

 É difícil ficar na fronteira do teu muro

Não conseguir entrar por inteiro no teu jardim

Saber que dentro dos teus olhos há um espaço 

Que eu  só posso percorrer do lado de fora

Saber que a tua mão que aquece a minha mão 

É uma  luz  única, inseparável,  não se divide

O que te vejo por dentro, é a torrente de um beijo, um soluçar de ondas

Num hemisfério de luz que é só teu

São os teus olhos que me levam ao teu coração

À maresia das tuas palavras salpicadas de sal

Ao teu interior feito de mar profundo

E me deixam do lado de fora, a admirar o teu fogo, a tua alma, uma janela para o mundo só tua. 


Manuel Luís Feliciano

 A alma é o que sinto e não vejo.



Manuel Luís Feliciano 

 O homem é um animal presos às suas próprias emoções.


Manuel Luís Feliciano 

9.22.2023

 Ninguém nos habita senão nós mesmos.



Manuel Luís Feliciano 

 É difícil ficar na fronteira do teu muro

Não conseguir entrar por inteiro no teu jardim

Saber que dentro dos teus olhos há um espaço 

Que eu  só posso percorrer do lado de fora

Saber que tua mão que aquece a minha mão 

É uma  luz  única, inseparável,  não se divide

O que te vejo por dentro, é a torrente de um beijo

O que me fazes sonhar, no universo que é só teu

São os teus olhos que levam para dentro de ti

E me deixam do lado de fora admirar o teu 

fogo.


Manuel Luís Feliciano

8.27.2023

  O sol afinal 

A luz que não teme

 fera do cálculo 

O brilho da espada 

As mãos acorrentadas

A porta

Escancarada do teu rosto

A silhueta

Do movimento do beijo

A verdade

Do fogo

A afogar-se no mar

A saliva de uma manhã

Sobre uma flor

O que resta 

Dos ombros em brasa

A voz que ainda arde

As tuas pálpebras entrecolhidas 

A dissolução do escuro 

O crepúsculo do bulício dos lábios

 da sombra de um barco no mar.

Manuel Luís Feliciano


 Como eu queria fechar a porta 

E sair à rua leve 

Com a certeza de que dentro da casa

Não ficam senão paredes

E se alguém houver 

Que seja amor, luz e vida permanente

E do lado de fora

Espaço do céu 

Que nada pese

O exterior seja livre, puro e limpo.


Manuel Luís Feliciano

8.25.2023

 Vida 

Torrente  de água

Na cauda de um navio

Floresta que arde 

Em espuma

Mil e uma voz 

A salvar-se 

No azul do mar profundo

Finitude

Flor a quebrar-se

Na proa 

Clarão  que ilumina

O nosso beijo

Desancorado 

O amor todo por nascer

Flor a reerguer-se 

Entre outras flores

Infinitude

Floresta de sombras.



Manuel Luís Feliciano

8.22.2023

 Eu nao sou normal

Porque os normais nao tem crises

Assumem a realidade como uma gaiola 

E cantam como passaros felizes.


Manuel Luis Feliciano 


 Nao mates o poema 

O poema é um corpo inteiro 

Um corpo de luz 

Igual ao de uma mulher 

O poema nao foi feito para o recortares

Nao foi feito para jogos de retorica 

Nem cabe ao professor 

Ser médico de adjectivos e verbos 

Porque quando o recortas 

o poema 

Deixa de ser poema para ser medicina 

O Poema morre

O poema deixa de respirar 

O poema Deixa de ser poema

O importante é a vibraÇao da sua luz 

E nao os seus ossos.




Manuel Luis Feliciano 

 A liberdade 

Nao é ter asas e voar

Nao é desprender-se 

E atingir o infinito 

Ir às nuvens 

É o homem 

Na sua limitada forma de ser

saber prender-se 

a qualquer coisa

E essa coisa que o prende

Dar-lhe todas as asas.


Manuel Luís Feliciano 

8.09.2023

 Agora 

Nesta estrada 

In significante 

Sem chão 

E bermas 

Inauguremos

O que resta dos muros 

O amor 

O Som

Na Brisa dos braços

Sem retorno.


Manuel Luís Feliciano 

8.06.2023

 Quando tu chegas,

a luz transborda pelo silêncio das pálpebras
as estrelas abrem-se e cintiliam
só tu estrela incandescente
no mrmúrio da pele
sem mais tempo e noite
no rumor do corpo
o céu que é alto
toca-se e beija-se
no mar que é tão fundo
borbulham os lábios
Límpidos de ervas e orvalho
os dedos
as silvas
e os frutos
Os deuses não mais
matam
adormecem
a cada pulsar de enxada
Semeando gritos de uvas nas fendas!


Manuel Felician

8.01.2023

 Se vires uma flor não a cortes

Aprecia-a 

Dá-lhe  um beijo

Sem a tocares

E depois despede-te 

Sê grato

Não a leves contigo

Senão no coração 

Não olhes para trás 

Não faças mal a ti mesmo 

Nem à flor.


Manuel Luís Feliciano 




 O Outro

Eu mesmo 

Espelho meu 

E dos outros 

Fantasma?

Consciência de tudo

E de nada 

Ah como eu queria fumar  um cigarro 

De tragos a crepúsculos 

Como era bom esquecer 

Que ao lado direito do banco 

O pendura me acompanha

Fuga do caminho

Medo existir ?

Eu só queria 

Que se eu pudesse escolher 

Escolheria 

Ser bom e honesto

Ser claro como as águas 

Não dar dano às flores

Às ervas 

E aos animais

E agora vou chorar...

Como me doi os olhos dos gatos 

E os cães chagados.

E esse peso de que eles sou eu.



Manuel Luís Feliciano 

7.31.2023

Para a Deusa do Universo

 Para a Deusa do Universo


Amo o teu sussurro 

Como o raiar do sol

Porque o teu sussurro é leve

Transparente 

Um caminho inteiro 

Onde bebo das tuas flores 

A vaga das andorinhas 

Sem o amanhã

Os dias que findam

Entre os teus olhos 

Densos de amor e luz

Há pétalas caídas

A retomarem a flor

E as nossas bocas embarcações

De novos mundos .


Para a minha querida e doce  Deusa 

Rubiana Silva

Poema à Isabel

 A Isabel  tem um cheirinho a  Jasmins

Da frescura de aromas naturais

De sussurros dos anjos e querubins

De azuis de beijos  a quebrar os  areais.


Manuel Luís Feliciano 




7.25.2023

Porto

Fotografei o teu
O nosso
O de todos 
O de ninguém 
Porto do mundo
O de cada braço de amor 
De rio
De azul de mar 
De sonho 
E maresia em cada beijo 
Os que se dão 
E os que se escapam 
Pelas aberturas da ponte 
Os possíveis 
E impossíveis 
Todos os que são suspeitos
Envergonhados 
Preconceituosos 
Os que seguem 
Os cânones dos 
Sem direto a beijos
Os que se dão com os olhos 
Na ausência dos lábios.

Manuel Feliciano