8.27.2023

  O sol afinal 

A luz que não teme

 fera do cálculo 

O brilho da espada 

As mãos acorrentadas

A porta

Escancarada do teu rosto

A silhueta

Do movimento do beijo

A verdade

Do fogo

A afogar-se no mar

A saliva de uma manhã

Sobre uma flor

O que resta 

Dos ombros em brasa

A voz que ainda arde

As tuas pálpebras entrecolhidas 

A dissolução do escuro 

O crepúsculo do bulício dos lábios

 da sombra de um barco no mar.

Manuel Luís Feliciano


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