10.29.2009

Poetas del Mundo

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mural dos escritores

Poetas del mundo

7.30.2009

homenagem aos que amaram a minha poesia

A las 12:57am del febrero 24, 2009, lilian reinhardt dijo...
Obrigada pelo lindo poema deixado em minha página. Carnaval no Rio ressoa como um vapor de metáforas da vida se revolvendo. Intenso e significativo, parabéns! Um grande abraço.




A las 5:15am del febrero 22, 2009, J. Geraldes de Carvalho dijo...
Belo, o seu poema e também esses trechos do Douro.
um abraço
Geraldes de Carvalho



A las 1:49pm del febrero 11, 2009, Vera Helena dijo...
Te agradeço amigo por me contemplar com seus belos poemas na minha página. Tenha um belo dia, com muita inspiração e alegria.
Beijosss



A las 3:19am del febrero 11, 2009, lilian reinhardt dijo...

Obrigada Manuel pelo belo poema em minha página, sempre me evoca uma carga de algo épico, lírico da alma lusa tão irmanada nessas mesmas falas de nossas línguas. Parabéns! Um grande abraço desde aqui do Brasil, lilian




A las 6:52pm del enero 16, 2009, Tania Alegria dijo...

Venho felicitarte pelo teu belo poema "Lágrima", Manuel Luis. As minhas congratulações pelo alto voo da tua poesía.
Agradecida pelo privilegio de ler-te te mando o meu abraço amigo desde Lisboa.



A las 3:45pm del enero 6, 2009, J. Geraldes de Carvalho dijo...
Meu caro:
Obrigado pelas suas palavras.
V. é um manancial de poesia e boa poesia entenda-se. (Já vi o seu blog)
A minha é mais difícil. Só se revela em dias santos e agora há cada vez menos...
um abraço
Geraldes de Carvalho


A las 8:43pm del enero 5, 2009, J. Geraldes de Carvalho dijo..

Vi o seu poema publicado como comentário a Estefania e gostei . Espero ler mais para formar uma opinião mais fundamentada.
Vivi durante sete meses em Resende, no ano longínquo de 1959, e achei a terra muito bonita . Parabéns por ter aí nascido à beira do Douro.
um abraço
Geraldes de Carvalho



A las 8:41pm del noviembre 29, 2008, CESAR ROLANDO MAMANI MAMANI dijo...

Hola Manuel, te felicito por la abundancia y floridos poemas. Al parecer, faltaba un poema más para hacer el trio o pareja para la Revista Poética El Parnaso de Apolo. El final de la edición lo difundiremos por este mismo medio, y por el grupo de la apone. Hasta pronto amigo.



A las 6:35pm del noviembre 20, 2008, lilian reinhardt dijo...

Manuel, obrigada pelos lindos versos, sempre nos inspira le-lo. Bjos



A las 7:42pm del noviembre 12, 2008, Graciela Bentancor dijo...
Excelente descipción de la guerra, cualquiera sea ella, pero siempre "ese monstruo grande y pisa fuerte"... y qué calorcito al corazón ese final que nos lleva al recuerdo de que Ella, la PAZ, está siempre allí, aunque a veces nos encargamos de ahuyentarla. Por eso viene muy bien tu bello poema: para recordarnos que la esperanza está allí, sobreviviendo a pesar de todo, y a veces, aún con más tesón en circunstancias como esas. Gracias, por revivirla en los corazones que a veces están agostados por tanta guerra interior y exterior. Un abrazo.





A las 11:49pm del noviembre 4, 2008, Nilza Amaral dijo...

`Manuel, muito obrigada pelo seu belo poema e pela sua sensibilidade.Afoto do Rio de janeiro que est;a em meu blog foi em sua homenagem.
Grande abraço


A las 12:42am del octubre 4, 2008, Tania Alegria dijo...
Afinal me enganei, pensei que apesar de ser português havias estudado no Brasil, Manuel Feliciano. Escreves de uma maneira muito semelhante aos brasilerios. Conta-me como é que isso acontece. Costumas ler poetas brasileiros?
Outro abraço.


A las 12:42am del octubre 4, 2008, Tania Alegria dijo...

Olá, amigo Manuel Feliciano! Fui bisbilhotar no teu perfil porque apesar de te saber português escreves como os brasileiros. E não me enganei.
O teu poema é muito sugestivo, construido com imagens fortes e expressivas. Tens o que dizer e sabes como dizê-lo em versos. Foi um prazer ler-te.
Um abraço amigo.























Às 20:37 em 2 abril 2009, lilian reinhardt disse...

Obrigada poeta, por essa interação crepuscular com a gota poética que se faz mundos e conjuga dimensões de sentires. Líndíssimo poema!

abraços




Às 11:02 em 6 abril 2009, Marcia Portella disse...

Lindo seu poema sobre Silvia.,realmente ela é uma musa inspiradora,
e na poesia comanda as letras com maestria ..............
Bjus..........................




Às 18:18 em 9 abril 2009, lilian reinhardt disse..

Incrível essa sua mundana gramática de sacras epifanias,
pelos altares as ruas verbais.Belíssimo! abraços.


Às 20:37 em 2 abril 2009, lilian reinhardt disse..

Obrigada poeta, por essa interação crepuscular com a gota poética que se faz mundos e conjuga dimensões de sentires. Líndíssimo poema!
abraços

Às 23:31 em 6 abril 2009, lilian reinhardt disse...
Belo poema evocativo e vocativo de sua lira poeta! Caligrama d'alma! AbçÀs 4:28 em




12 abril 2009, MEG KLOPPER disse...

O poema é belíssimo. Feliz da mulher que receber versos tão belos quanto os seus.
Fico feliz que tenhas postado em minha página parte de sua alma, já que todos os poemas expressam o que o poeta traz em seu interior.
FELIZ PÁSCOA!
BJKS.
Meg Klopper


Às 14:20 em 12 abril 2009, Cristina Maia Caetano disse...

Oi Manuel,
Gostei muito dos poemas. Continuação do bom trabalho.
Continuação de boa Pascoa.
Beijinhos






Às 20:39 em 7 abril 2009, Silvia Mendonça disse...

"E os meus dedos trepadeiras eram asas de pombas
Aconchegando-se no calor do teu ninho"

Manuel,
"Corri de mãos dadas contigo" por toda a tarde.
Se, deste encontro de almas poetas, resultou os versos acima, sinto-me feliz.
Se não foi, perdoe-me a audácia por pensar em tal absurdo.
Sabe, gosto do teu jeito de lidar com o erotismo,
sem "maquiagens" ou meias-verdades - quase literal.

"E tu eras minha presa em insustentáveis suspiros
Onde meu coração pulsava fora da carne"

Gosto do teu jeito de menino levado, um tanto atrapalhado com os sentimentos, nunca com as palavras.
Tenha uma boa noite, poeta!
Beijos molhados,
Sílvia
Às 11:00 em 7 abril 2009, ivanete zanini Borghezan disse...
Querido Poeta.Seus poemas embelezam minha página. são maravilhosos.
Fico muito grata, pela sua presença.Voce é luz que ilumina.è carinho é paz.
Que a cada dia que amanhece, sejas mais feliz.voce é balsamo em meu viver.
Que voce realize todos seus sonhos...Com muito sucesso.
Bjosss....Amiga...Ivah



Às 19:09 em 2 abril 2009, Silvia Mendonça disse...
Olá Manuel!
Se os meus escritos são uma "delícia",
os teus são cativantes, inebriantes.
Gosto do erotismo como estilo - e percebo
que tu também, em Poesia Erótica,
principalmente, e não só.
Gosto dos teus poemas em minha página.
Destes-me boas vindas com um,
que guardarei como um presente.
Tenho certeza que aprenderei muito contigo.
Fica por perto, sim?
Beijos no coração,
Silvia Mendonça





Às 11:00 em 7 abril 2009, ivanete zanini Borghezan disse...
Querido Poeta.Seus poemas embelezam minha página. são maravilhosos.
Fico muito grata, pela sua presença.Voce é luz que ilumina.è carinho é paz.
Que a cada dia que amanhece, sejas mais feliz.voce é balsamo em meu viver.
Que voce realize todos seus sonhos...Com muito sucesso.
Bjosss....Amiga...Ivah





Comentário de Roberto Ferreira dos Saantos 18 horas atrás
Obrigado Manoel pelo belo presente,que é a sua poesia. versos coerentes e de um lirismo incomum, que só se encontra nos mestres. Depois eu vou ler todos. Um grande abraço. São Beto
Comentário de A FLOR DE LIS 23 horas atrás
É com com maestria que sua poesia desliza sobre nossos olhos.
lindo meu caro.
Se fosse para dar voto daria 10.
Bjus Flor






Comentário de lilian reinhardt 1 dia atrás

Sua fluída lírica sobeja poesia, pura pedra lavrando-nos. Ecoam-te os passos. Muito bom ler-te poeta! Bjos



Comentário de lilian reinhardt 1 dia atrás
Que lindo essa louvação à sua gênese! Bjos


A las 12:54am del abril 1, 2009, Blanca Camba dijo...
Há palavras que chegam da aurora em segredo

bello




A las 5:30am del abril 17, 2009, Blanca Camba dijo...
Hola Manuel te dejo un mensaje sobre "El sentimiento colectivo por el exilio cultual" Para que encuentres maneras de abrirte camino en México.



Comentar de Vuelta Ver conversación...






Comentário de Ana da Cruz 15 horas atrás manuel, não acha que este pedido de desculpas seria melhor no e-mail pessoal da pessoa a quem se dirige? O texto, realmente, é bonito. Tenho que admitir que você tem o dom da palavra. É um escritor.

Comentário de lilian reinhardt 1 hora atrás
Poeta, essa sua bela conjugação poética de sua própria imagem/texto/foto não sei por que me lembra a tela Le déjeuner sur l'herbe de édouard Manet. Abraços poéticos






A las 1:07am del abril 19, 2009, lilian reinhardt dijo...
Poeta é surpreendente a exalação lírica/onírica/iconica/ da alma lusitana que professas em teus versos. Belíssimos! grande abraço



Às 16:20 em 19 abril 2009, J. Geraldes de Carvalho disse...
Obrigado Manuel Feliciano .
Desculpe, não tenho nada com isso mas entristece-me muito a sua querela com a Sílvia . V. os dois são do melhor que a literatura nos pode dar .
Geraldes de Carvalho




Às 19:55 em 21 abril 2009, J. Geraldes de Carvalho disse...Caro M. Feliciano
Quase me apetecia ser egoísta e dizer que a sua zanga com a bela Sívia é boa porque tem produzido belíssimos poemas mas devo dizer-lhe que da sua parte parece haver um excesso de amargura que conduz os seus poemas até ao escatológico. Se V. se moderasse um pouco todos poderíamos gozar -com uma pontinha de cinismo- essa vossa desavença...
perdoe-me
Geraldes de Carvalho






Às 11:58 em 28 abril 2009, Ana da Cruz disse...
Caro Manuel, pude constatar que em meio a esta confusão toda, sua vertente poética aprimora-se e surpreende. Escreves bem, mas em meio a tempestade, escreves melhor.









Comentário de Hildebrando Menezes em 26 abril 2009 às 12:18

Belíssimos versos a homenagear uma deusa
poetisa que deixou um rastro de luz a iluminar
os nossos caminhos e a perfumar essas páginas
do mural dos escritores. Um abraço aos dois e
também aos amigos que choram as saudades
e sorriem das lembranças.












Eu também não tenho tanto tempo assim, mas acho que escreve bem e leio seus textos.
Páre de ser volúvel, se achar menos que os outros, se achar melhor que os outros.
Sempre está fazendo uma coisa ou outra.
Nós somos a medida de nós mesmos.
E você é muito bom, muito bom mesmo, se não fosse, já o teria expulso.
Todos temos nosso mundo particular.
As relações aqui são mais profissionais e literárias que humanas, mas somos humanos e sentimos. Isso é bom. Sacode um pouco a gente. Aprende-se.
Ainda que possa não desejar é um poeta muito bom.
Deveria se orgulhar disso!
Abraços poéticos.


Comentário de Nadia Rockenback 11 horas atrás
O "olhar" em "estado puro" talvez seja o... Inigualável... Único!!. Teu texto: Marcante! (Honrada com a tua amizade. Meu abraço poético)





Comentário de sonia regina 15 horas atrás
Sim, muito formosos versos, imagens muito bem conseguidas.
Parabéns.


Às 14:10 em 7 maio 2009, Paulo Antunes disse...
Lafaiete, 07/05/2009.
Manuel,
Obrigado pelo poema postado em minha página. Bem moldado, sonoro e pleno de sabedoria existencialista. Continue nesse percurso, pois ele faz pensar através da arte e isso é o verdadeiro objetivo da arte: nos despertar!
Abs.
Paulo Antunes




Comentário de lilian reinhardt em 25 maio 2009 às 20:11
E nasces/ renasces a cada verso, sílaba, hálito do poema que nos sopra vida/plasmada, lírica substancia, tua poesia! Bjos




A las 9:40pm del mayo 25, 2009, lilian reinhardt dijo...
Manoel, é de profunda substancia poética sua lírica erótica, agridoce. Encanta-nos! Parabéns! bjos





Comentário de lilian reinhardt em 25 maio 2009 às 20:11
E nasces/ renasces a cada verso, sílaba, hálito do poema que nos sopra vida/plasmada, lírica substancia, tua poesia! Bjos




A las 3:41pm del junio 6, 2009, Marco Sistinne dijo...
Olá Manuel, cheguei até aqui através da página da Palmira; e muito me encantei com suas palavras; fica aqui minha singela oferta de amizade no intuito de que a mesma frutifique e corresponda aos anseios da poesia.

Abraços
Marco Sistinne








Dina Magalhães
Hoje às 21:59
LINDO!!! LINDO, LINDO!



Dina Magalhães
Hoje às 21:08
LINDO!!!!!
Parabéns!!!!! Gostei imenso e agradeço ter partilhado!! :)
Beijinho




Dina Magalhães
Hoje às 21:08
LINDO!!!!!
Parabéns!!!!! Gostei imenso e agradeço ter partilhado!! :)
Beijinho



Dina Magalhães
Hoje às 22:10
Obrigada, Manuel!
E quanto ao gostar da sua ppesia, é verdade e fui sincera.(Não tinha razão para o não ser)
Parabéns e vou ler "mais de si"! :))
Bem haja por ter partilhado este "bocadinho seu" :)



Dina Magalhães
Hoje às 21:58
Lembre-se que nem mesmo eles foram reconhecidos desde logo...
Dê tempo ao tempo e terá oportunidade de revelar ao mundo o seu dom e a sua arte!


Manuel, qual é a dúvida?
Não tens confiança em ti?
Abranges todo o género de literatura,
e pensas ser uma simples formiga?
A continuares a pensar assim,não vais
deixar de ser uma formiga :)
Quem me dera a mim(ser poeta) e a muitos pseudo-poetas
escreverem como tu.
UP,com tudo o que tens escrito ao longo
dos anos, não é para ter dúvidas.
Valoriza-se-mas sem vaidade Manuel,
podemos ser muito bons em tudo, mas não somos
mais que os outros por isso.
Dá-te a conhecer sem medos,tanto na escrita,
como no resto das coisas da vida...é certo que não
podemos agradar a gregos e tróianos,mas,e depois,
qual é o problema,haverá sempre quem goste.
Olha,eu é que sou uma formiga ao pé de ti :)
Já convidei algumas pessoas, pelos vistos não aceitaram,
também não conheço muita gente apreciadora de boa poesia,
conheço algumas que apreciam,poeminhas....
Animo e sobretudo, muita confiança em Ti!
Nunca dúvides que és um bom POETA ,de grande
Cultura e Sabedoria!
Às vezes é preferível ter poucos ,mas bons apreciadores,
do que muitos bajuladores,que não percebem patavina
do que escreves :)
Desejo-te sucesso,muito sucesso!
Noite tranquila.

Namastê!
De Manuel Luís Per... para Ana Paula Roque

7.18.2009

Gloria Davila Espinoza

AY, SI HABLARA…



Ay, si hablara mi piel de madrugada...
sería entre sus manos un torreón
corriendo venas y aortas
para ir sumisa a
ser la sangre
que fluya por ella, cual saeta al viento
sin más esporas.



Ay, si hablar pudiera mi piel de madrugada...
escaleras de seda se tejiera, fluyendo como éter
por sus fauces, para que perfume más todavía
sus ansias de poseerme cual cetro de rey.



Ay, si mi piel si pudiera hablar a oídos
correrían ecos en espirales y danzas de Angrágoras
para ser lanzas de un anacoreta a mi corazón herido por su ausencia.



Ay, si hablara mi piel a sus sentidos,

de madrugada...
se abrirían cielos e infiernos para
ir tras la caza de piedras y destinos
para que el iris teñido de esperanzas
para ser volcán en pieles y curtiembres.



Ay, si hablar mi piel de madrugada pudiera,
el alba volvería a recoger sus pasos
el telón del universo entero se tiñera de otoños por siempre
en tanto las olas del mar en exorcismos coreen
en átomos de olvidos sánscritos
porque éste es tu credo
porque éste sea tu cáliz
de fe en mis ostias
para ser solo: agua, tierra, viento, fuego,
hombre, animal e insecto en úteros.



Ay si hablara…Mi piel de madrugada



© Gloria Dávila Espinoza



Gloria Dávila Espinoza
Poeta, escritora, teatrista y Promotora Cultural
Presidenta de CAPPAZ para Perú, desde Brasil
Directora General de Relaciones Internacionales de CAPPAZ
Coordinadora de la Unión Hispanoamerica de Escritores para América UHE
Embajadora Universal de la Paz/Huánuco Perú/Ginebra Suiza

http://www.espacioblog.com/gloria-davila

7.08.2009

Outono

Ecoam-me Outonos
E folhas amarelas
E luas donzelas
Que me ateiam o fogo

E animais de fumo
Cavalgam sem rumo
No ventre da chuva
Esventram-me o céu
De incenso e mirra

E há vozes acesas
Nas rugas das folhas
Que ainda estão verdes
E sabem a frutos

E beijos esquartejados
No chão semeados
Sangrando ternura

E rastos de aves
No céu afogadas
Que seguem o sol
Até ao suicídio

Renascem do nada
Na aguarela das cores
Em morte transmutada
Renovação de tudo.

manuel feliciano

Ao sol

Ao sol


És a jangada amarela
No céu navegando à deriva

Sou o pão quente dos povos
Morrendo em bocas famintas
Vencendo o mar negro da morte
Em portas trancadas nos rostos

Sou a noite quando calo
Sou o dia quando grito
A luz em homens nado – mortos
Nascendo em olhares – diafragmas

Sou o bálsamo em vozes – feridas
Cavalo correndo no prado
Sou homem não algemado
A mãos frias – puras gangrenas

Sou o sol que nunca viste

Sou a luz te desfolhando
Em doces lábios – poemas.


Manuel Feliciano

Biografia

Biografia


Sou
Filho do sol e lua
O tempo é minha cama
Tempo sem lençóis

Sou
Da índole do vento
Esculpindo nos dedos
Fúrias de leões

Sou
Terra indomada
Passos sem pisadas
Ginete de nuvens

Sou
Nervura de água
Alcatrão da estrada
Pedras gemendo sóis

Sou
Mágoa desfeita em chuva
Em feridas agravadas
Por entre vendavais

Sou
Deserto feito prado
Ferro abandonado
Convertido em homem

Sou
Lança dessa guerra
Liquida na terra
Germinando flores

Sou
Inferno que queima
Nessas mãos sem nada
Nessas mãos sem dedos

Sou
Paraíso em chama
Daqueles que só têm
Dedos em migalhas.


Manuel Feliciano

Ao tempo

Ao tempo


Sou horas sem dias
Sou dias sem horas
Ponteiros quebrados
Por entres alquimias

Os dedos da chuva
Suturando feridas
Na derme da terra

Sou feto que nasce
Em forma de sol
No útero da lua

Sou o fogo-fátuo
Para além da morte
Vestindo a noite
Sem mãos corroídas

Não sou fumo de cigarros
Por entre mãos frias

Moinhos que esperam
Através das lágrimas
Devastar o milho
De rostos tão puros

Não sou a estação
De homens que chegam
Carregados de nada
Como peixes atados
Às redes do tempo

Sou tempo sem tempo
Calando a fome
Em bocas – ruínas.



Manuel feliciano

6.03.2009

Fora de nós mesmos

Fora de nós mesmos



Sentemo-nos nos calhaus da tristeza
Sem folhas secas nos olhos
E espigas cortadas nos dedos
Beijemos a ferida como se fosse a rosa
Que os nossos sentimentos pastem
Como cordeiros fora de nós mesmos
Quando nas ruas de Jerusalém o sol desmaie
Olhemos para trás sem o depois
Descabelando nossas mãos ao sol
Sem pontos de interrogação desfigurando
Faces de homens visivelmente alegres
Que um rio de pedra ainda verta água
Nas vértebras do silêncio que nos deram
Que a pedra seja carne correndo na fonte
Que o ópio alimente barcos vergados de carga
E se primaveras morrerem em nossas pálpebras
Pensemos sem dor que somos de algum berço.


Manuel Feliciano

Arequipa

Em Arequipa

O teu sorriso é tão natural
Como o sillar nas casas
Cortamos as rédeas aos condores
Anulamos as grandes edificações
O amor é tão simples como uma cabana


Em Arequipa

O teu coração é a mansão de Deus
O Inverno é tão quente como as tuas mãos
Não trocas um olhar pelos mais doces sabores
O pôr-do-sol é um manjar na mesa dos convivas


Em Arequipa

As palavras são as verdadeiras edificações
Sepultas-me a dor no teu coração
As crianças alimentam-se do luar
Os corpos estão doentes e as mentes estão sãs


Em Arequipa

Há um rio que corre a cada olhar
Uma muralha que cai a cada beijo
Uma obra que se constrói ao dar as mãos
O amor é alma.....


Manuel Feliciano

Poeta Manuel Feliciano

Tempo despernado


A faca não tem gume
A chuva é fio eléctrico
Um pássaro curto-circuito
O voo é subsolo
Cadeiras não têm pernas
Há árvores sem raiz
Folhas sem nervura
Cinzelos sem pontas
Batendo no pão seco
No pão seco das pedras
Tempo de mineiros
Por entre galerias
Na lamina do escuro
Prendem-nos sem cordas
Um cão mija nos fósforos
O Inverno queima
A sede é delinquência
De que somos acusados
À luz da fome
Vislumbramos capoeiras de galinhas
E ao nosso choro
Dizem que comamos a polpa da pedra
Laranjas sem gomos
E o sol sem raios
Que sejamos flores sem cúpulas
Durmamos sem travesseiro!


Manuel Feliciano

Poetisa Glória Dávila Espinoza


VUELCOS


Hay un vuelco sin fin, amando sus instantes
que no me tiene sino rondando sus esquinas
que va tras mis pies y
me arranca el corazón con sus garras
que son infinitas penumbras que trasvasan mi alma en llagas
repleta de espinas y abismos negros en su polvo
filtrando en mi esencia desde antiguo
sulfuro y magma de soledades.

Hay una lluvia sin fin, que corre por mis fauces
cual saeta de ácidas hieles para mi éter
fragmentándola en una y cien mil
anquilosando mi dolor en alforjas de pieles curtidas de tu ausencia
que vienen y van, que llevan entre sus lanzas
miradas llagadas que son silgos de quebranto
que hace toda una eternidad golpoteo sin fin.

Hay un sentimiento anacoreta que agolpa mi vivir
alejándome de su sol y lejos de ser pájaro
soy sólo herida abierta en caños ancianos
y perdiéndome en el confín
me entrega a la locura de ser dagas filosas
que entre uno y mil se ha convertido mar en llantos
que persiguen mis huellas carcomidas por el viento àspero
pesadillas de ácidos lechosos
que supuran vuelcos de espinas para mi espanto.

Hay un vuelco sin fin
que no sabe si es mi aorta
mi calada forma de pigmentos rotos
sufriendo lo indecible
porque mi mar no es más mi roca
porque mi roca no es mi llanto
y mi llanto no es más mío sino del fuego
que aquilata mi pesar
para ser pared de rostros curtidos
por el olvido fractal.

Hay un vuelco sin fin
que hoy me dice adiós
y luego me besa
en la frente
signándome al exilio
de su luz
que gota a gota
me cercena el alma
para ser la nada de la nada.

© Gloria Dávila Espinoza
Tingo María, 2 de Junio 2009

5.16.2009

ivanete zanini borghezan


Querida Iva: Quero agradecer a autoria da capa à designer e pintora brasileira Ivanete zanini Bohezan, que prontamente se disponibilizou para me ilustrar a temática do meu trabalho. Pelo seu talento e magia, lhe envio uma saudação cheia de aplausos, pois estará sempre entre os grandes.


Manuel Feliciano

Sinopse

Sinopse




Uma flor ao luar aborda o tema do homem e da sua condição humana. É este homem que nasce cheio de inteligência e poder, que paralisa perante os códigos da natureza, quando a olha e a tenta decifrar.
É nesta ânsia de querer decifrar a natureza, que o poeta constrói e desconstrói alguns dos seus cânones. Afinal o que é que nos difere de todas estas coisas? O sonho supostamente.
É este homem, demasiado preso ao corpo, à terra, e a toda a sua condição humana, que se tenta desdobrar na tentativa de quebrar o ritmo lento da vida e das coisas.
A terra que surge nestes poemas é imóvel. A viagem é uma forma de escape para outros lugares, onde o poeta possa sentir-se terra não imóvel. Há uma negação óbvia dos elementos terrestres, afinal como se todas estas coisas não existissem, sem nunca descurar aqui e acolá, com uma pitada de ironia, as vicissitudes do próprio homem.


Manuel Feliciano

uma flor ao luar-Ivanete zanini borghezan:autoria


Agradeço a autoria da capa do meu livro à minha querida amiga brasileira artista plástica: Ivanete Zanini Bohezan, o meu carinho, a minha estima, pelo seu talento, com que seus dedos doces tocam os meus sonhos.

uma flor ao luar-Dedicado a Glória Dávila


Dedico este livro a Glória Davila Espinoza:

Tu és aquele mel que vem através das folhas de Outono
Inflamar corações ávidos de corredores de luz e árvores firmes
A tua boca alfa e ómega rasgará os grilhões do tempo
Levantar-se-ão os cansados e os oprimidos em dança.
Poema em homenagem a Glória Davila Espinoza, in memoria: KANTOS DE ISHPINGO