4.28.2024

 Amo cada fio dos teus cabelos dourados, cada gota de orvalho do teu olhar,  cada precipício que me leva ao mais tranquilo e lugar seguro, sinto-te de folhas a amaciar o vento, de água a tocar -te as raízes, sou frágil ante a tua luz de espigas douradas, eu abraçado a ti,  tenras plantas quebráveis, soluço de mar e espuma, luz a dissipar-se no chilrear de um pássaro, busco-te como quem busca a eternidade, o teu andar que se prolonga na rua, procuro  morrer-te como o nascer do sol,  ouvir-te nas fragrâncias das flores, para que tudo nasça sem dor e lamento, bastaria que o sol ouvisse dos teus sussurros, as nuvens mais escuras do teu olhar infinito, a neve mais fria do abrir das tuas pálpebras, o florescer do luar  no  leito do teu rio a abraçar a noite, e déssemos como quem nasce  desse amor ao mundo.


Manuel Luís Feliciano 


 Vemos, ouvimos, presenciamos, sentimos e pressentimos - agarrados ao asilo da consciência.


Manuel Luís Feliciano