Amo cada fio dos teus cabelos dourados, cada gota de orvalho do teu olhar, cada precipício que me leva ao mais tranquilo e lugar seguro, sinto-te de folhas a amaciar o vento, de água a tocar -te as raízes, sou frágil ante a tua luz de espigas douradas, eu abraçado a ti, tenras plantas quebráveis, soluço de mar e espuma, luz a dissipar-se no chilrear de um pássaro, busco-te como quem busca a eternidade, o teu andar que se prolonga na rua, procuro morrer-te como o nascer do sol, ouvir-te nas fragrâncias das flores, para que tudo nasça sem dor e lamento, bastaria que o sol ouvisse dos teus sussurros, as nuvens mais escuras do teu olhar infinito, a neve mais fria do abrir das tuas pálpebras, o florescer do luar no leito do teu rio a abraçar a noite, e déssemos como quem nasce desse amor ao mundo.
Manuel Luís Feliciano
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