4.18.2013

Eu já morri com as flores mais brancas

E o que agora anda em mim

São as sílabas na tua boca

Em lábios quentes de mar

Nos destroços dos teus olhos

Um jardim

E frutos a cair de chão

Mais altos que os nossos braços nas nuvens

Que Deus não trinca com a boca

Ante a língua dos teus cabelos

Uma abelha é mais que abelha

Sobre a seda do umbigo, ainda é

Tão tenra a Lua

Que cheira a seio e a leite

Os meus dedos semeiam

O amor quente de mãe
Ventre que germina as narinas

A carne que não morreu

No poente das sobrancelhas

As tuas mãos a nascer

Desprendem-se do meu corpo.

Manuel Feliciano

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