5.25.2013

Quero sol amor

Tenho a boca fria rasgada pela chuva

De a gastar com a sede

De a consumir afinal no que nasce e dorme

Na a luz dos teus cabelos

O silêncio da imensidão do sol, que não sabe do amor

E da saliva que resiste aos cardos que florescem

No silêncio de te chamar

O grão que se gasta a cada sílaba

O grão que levanta o pó da minha boca, a terra que limpa água suja

Com o rubor e o beijo dos pêssegos

O cheiro das ervilheiras, os meus pés molhados

O zumbido das abelhas tão tenras

Seja os teus braços contra a ausência

Que os meus olhos ardam nas folhas que secam amarelas

Mas que eu possa brincar num jardim sem estremecimento

Renovar o ar
A folha a cair de verde

A água que falta na borda dos lábios, na raíz dos dedos

Cortados

Na rocha que o teu rosto amadurece

Enquanto os meus olhos

Aguentam as palavras de bocas que nos apertam quase tácteis

E esmagam

As veias que queimam,

A força dos seios a limpar as nuvens.



MF

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