O amor poderia ser [...]
Cada olhar que me leva
Cada sorriso que pousa
Cada lágrima que cai
Cada mão que me desagarra
Cada luz que segue em silêncio
Cada caminho que os teus pés fazem
Cada luz escrevo nos teus lábios
Cada folha caída que o vento varre
Como tu no momento em que apanhas o comboio
Na gare do Oriente para um outro país qualquer
Num trem de névoas a desfazer-se
E eu no outro lado da linha
Metade de mim dentro - metade de mim fora
Cada flor que se abre a meia luz
Passageiro de um mistério de tantas possibilidades entre a luz das tuas retinas
Cada palavra que os teus dedos silenciam
Cada ponte que deixo por atravessar
A abelha que por qualquer razão não pousa na flor
Que habita o limbo da beleza no jardim dos teus cabelos
Entre o nada de uma flor e as pétalas caídas a renascerem do chão .
Manuel Luís Feliciano
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