7.26.2008

Poema - Palavras em Guerra

Era Domingo
Saías da igreja tão devota
Com orações ainda quentes na boca
E Deus no silêncio dos teus olhos
O teu corpo descia pela rua
Como uma pomba a atravessar
Pelo íntimo da paisagem
Na respiração das bocas
O sol penetrava teu rosto
Frio de terra inóspita
E os pássaros aqueciam-se
Em ramos de árvores dentro de ti
Mas porque os teus olhos
Não pintam rostos diluídos
Em folhas de árvores atirados ao chão
No Outono de cada homem
E gritos que suspiram o sol da tua paisagem
Um mendigo pede-te pão
E tu em fuga o evitas chorando
Com teu Deus morto nos braços
E o Domingo será sempre a redenção dos teus olhos.

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