Esta noite encosto o meu colo
Ao teu colo
E deixo que as tuas mãos
Me deixem sentir
O que é um país
À entrada do rio pelo mar
Eu sinto que o teu colo é diferente
recomeça
Os filhos, os animais e as abelhas
E a minha boca
Um chão de suspense
Semeado
Tudo o que te desço
É como que
Uma casa que me abres
Saiba a um país
E a matéria das tuas mãos
A origem do meu mundo
E os pássaros
Pássaros que nunca nasceram
Te debiquem
Mas tu floresces
Onde dizem que é pedra
É a tua mão a violar o sol que queima a folha
Caminho que só leva ao rosto
Os dias que só têm começo
Já os barcos vão
E eu e tu corpos de um outro país
De uma outra colheita
Onde a morte é o dia
Em que o teu coração se me abre para sempre.
Ainda ficamos em rio de amendoeiras!
Manuel Luís Feliciano
4.19.2019
Quero cavar o teu corpo com o meu sorriso
E não respirar do vento
Senão do teu vento
E não beber da água senão da tua
É isso que dá vida ao meu corpo
Que move o meu mundo
E não me envelhece
De asas de cigarra queimada
Eu vou ao mar
E do balsamo que escorreu
Faço voltar
O teu corpo mais maduro
O dia mais intenso
A crescer-te pelos cabelos
E os meus braços
A mergulhar nos teus tão mais inteiros
Nas campainhas das flores
A fresquidão dos teus seios
Bebo-os só com um gesto de sede
Como um rio que toca o mar e não deságua
E a tua boca não mais é maçã bichada!
Manuel Feliciano
E não respirar do vento
Senão do teu vento
E não beber da água senão da tua
É isso que dá vida ao meu corpo
Que move o meu mundo
E não me envelhece
De asas de cigarra queimada
Eu vou ao mar
E do balsamo que escorreu
Faço voltar
O teu corpo mais maduro
O dia mais intenso
A crescer-te pelos cabelos
E os meus braços
A mergulhar nos teus tão mais inteiros
Nas campainhas das flores
A fresquidão dos teus seios
Bebo-os só com um gesto de sede
Como um rio que toca o mar e não deságua
E a tua boca não mais é maçã bichada!
Manuel Feliciano
Geada e vento
No íntimo
Do fogo
Rosam
Os teu seios
Nos meus olhos
E há árvores mornas
Ao teu despertar
O inverno do teu corpo branco
Os meus braços
choram-te beijos
De húmidas folhagens
E a terra
Do teu corpo
Estala
De sol
a Voltarem-me de rosas
E Clareiras de água
Os pássaros
Que Atravessam
O meu corpo de argila
Gemem os teus pés
Na minha garganta
De erva molhada
Já trabalha ao longe no teu jardim
Os teus braços nos meus
e a nudez das flores
A promessa da tua voz
Aquecer-me sementes
O inverno nos lábios a esvair-se!
Manuel Feliciano
No íntimo
Do fogo
Rosam
Os teu seios
Nos meus olhos
E há árvores mornas
Ao teu despertar
O inverno do teu corpo branco
Os meus braços
choram-te beijos
De húmidas folhagens
E a terra
Do teu corpo
Estala
De sol
a Voltarem-me de rosas
E Clareiras de água
Os pássaros
Que Atravessam
O meu corpo de argila
Gemem os teus pés
Na minha garganta
De erva molhada
Já trabalha ao longe no teu jardim
Os teus braços nos meus
e a nudez das flores
A promessa da tua voz
Aquecer-me sementes
O inverno nos lábios a esvair-se!
Manuel Feliciano
4.18.2019
Eu já morri com as flores mais brancas
E o que agora anda em mim
São as minhas sílabas na tua língua
Em lábios quentes de mar
Nos destroços dos teus olhos
Um jardim
E frutos a cair ao chão
Que Deus não trinca com a boca
Ante a secura que cresta
Uma abelha é mais que abelha
Sobre a seda do ombigo, ainda é
Tão tenra a Lua
Que cheira a seio e a leite
Os meus dedos semeiam
O amor quente de mãe
Ventre que germina as narinas
A carne que não morreu
No poente das sobrancelhas
As tuas mãos a nascerem-me, o meu corpo de criança
Do teu corpo a desprender-se-te.
Manuel Feliciano
E o que agora anda em mim
São as minhas sílabas na tua língua
Em lábios quentes de mar
Nos destroços dos teus olhos
Um jardim
E frutos a cair ao chão
Que Deus não trinca com a boca
Ante a secura que cresta
Uma abelha é mais que abelha
Sobre a seda do ombigo, ainda é
Tão tenra a Lua
Que cheira a seio e a leite
Os meus dedos semeiam
O amor quente de mãe
Ventre que germina as narinas
A carne que não morreu
No poente das sobrancelhas
As tuas mãos a nascerem-me, o meu corpo de criança
Do teu corpo a desprender-se-te.
Manuel Feliciano
Tu vinhas das flores puras de Outono
Com os teus pés em fim de verão
Que não escutei por serem brancas
E a tua voz brisa de pétalas
Que só ouvi no coração…
Amei-te no azul que queima
Do fogo que o teu olhar ateia
Que de tão perto é proibido
E de tão longe é ferida aberta
Estrela cadente na boca a abrir
Que só de querer já é de nós
Em ruas de uma cidade antiga
Dei-te uma casa feita de luz
Feita da tua alquimia
uma areia que se torna grão
E trigo amadurecido
Abracei-te onde não há chão
Vivemos numa gota de um sorriso
Que rebenta entre os corais das tuas mãos
Do amor que não conhece o perigo
Entre os meus lábios e o teu coração
Se o Outono teimar em ir embora
E não te quiser mais comigo
As tuas mãos me levarem pelo teu rio
E no teu amor me afogares
Lembra-te que és terra do meu abraço
Dos pássaros que voltam às figueiras
De um tempo que não sabe findar!
E o resto é música da chuva
Nos braços de árvores a cair
Uma centelha no oceano
E o teu olhar quase enxuto
Molho a boca no infinito
No sabor da tua voz e grito
Do teu amor que há-de voltar!
Manuel Feliciano
Com os teus pés em fim de verão
Que não escutei por serem brancas
E a tua voz brisa de pétalas
Que só ouvi no coração…
Amei-te no azul que queima
Do fogo que o teu olhar ateia
Que de tão perto é proibido
E de tão longe é ferida aberta
Estrela cadente na boca a abrir
Que só de querer já é de nós
Em ruas de uma cidade antiga
Dei-te uma casa feita de luz
Feita da tua alquimia
uma areia que se torna grão
E trigo amadurecido
Abracei-te onde não há chão
Vivemos numa gota de um sorriso
Que rebenta entre os corais das tuas mãos
Do amor que não conhece o perigo
Entre os meus lábios e o teu coração
Se o Outono teimar em ir embora
E não te quiser mais comigo
As tuas mãos me levarem pelo teu rio
E no teu amor me afogares
Lembra-te que és terra do meu abraço
Dos pássaros que voltam às figueiras
De um tempo que não sabe findar!
E o resto é música da chuva
Nos braços de árvores a cair
Uma centelha no oceano
E o teu olhar quase enxuto
Molho a boca no infinito
No sabor da tua voz e grito
Do teu amor que há-de voltar!
Manuel Feliciano
Quero beber-te
Só a meio voo
Como quem cheira
As penas de um pássaro
E os bagos e as uvas
Restando nas minhas mãos
A minha garganta
É uma ramada
Onde o sol se deita
Dentro da tua
Perdi-te? Não sei.
O rio corre
E as raízes beijam-lhe a carne
As minhas estão na tua humidade
Na canção
Das tuas pernas
A chamar o mar
Em mim estás toda nua
És videira a florir
A terra cresta
E na ternura da língua
O teu fogo escorre
Tu não sabes partir
és pão a voltar-me à erva.
manuel feliciano
Só a meio voo
Como quem cheira
As penas de um pássaro
E os bagos e as uvas
Restando nas minhas mãos
A minha garganta
É uma ramada
Onde o sol se deita
Dentro da tua
Perdi-te? Não sei.
O rio corre
E as raízes beijam-lhe a carne
As minhas estão na tua humidade
Na canção
Das tuas pernas
A chamar o mar
Em mim estás toda nua
És videira a florir
A terra cresta
E na ternura da língua
O teu fogo escorre
Tu não sabes partir
és pão a voltar-me à erva.
manuel feliciano
4.14.2019
A terra não é mulher
A terra não é mulher
Mulher é fruto de palavras claras
Que habitam o corpo
Quando o corpo anoitece
E não lhe habitam estrelas
Embora na pele lhe nasça trigo
E nas rubras flores os lábios
E nas gotas de orvalho as lágrimas
Na noite tuas pálpebras fechadas
E na luz da manhã teus olhos em flor
A terra não é mulher
Mulher é trigo fora desse trigo de sol e vento
O rosto e o colo que a terra não conhece
A alma que afaga o corpo tão lasso
Que desmaia ao iniciar da lua
É o sabor e o cheiro das flores em beijo
As pálpebras que a terra nunca teve
De olhos interiormente iluminados
As sílabas que a terra não sabe dizer
Onde os rios nascem e há crianças ao sol!
Manuel Feliciano
Andam a cantar os bichos
A cantar os bichos
A cantar as rosas
Anda a cantar o grão
A cantar o grão
A cantar a terra
Anda a cantar o sol
A cantar o sol
A cantar a nuvem
Anda a cantar a lua
A cantar a lua
A cantar a noite
Andam a cantar estrelas
A cantar estrelas
A pintar o azul
E eu dou as asas aos bichos
As asas aos bichos
Para me seres a rosa
Eu dou o meu corpo ao pó
O meu corpo ao pó
Para me seres o grão
Eu dou a minha boca à nuvem
A minha boca à nuvem
Para me seres o sol
Eu nasço-te flor na escuridão
Molhado no teu sangue
Para me seres a lua
E eu dou o meu corpo ao teu
Para pintar o céu
Para me seres amor!
Manuel Luís
A cantar os bichos
A cantar as rosas
Anda a cantar o grão
A cantar o grão
A cantar a terra
Anda a cantar o sol
A cantar o sol
A cantar a nuvem
Anda a cantar a lua
A cantar a lua
A cantar a noite
Andam a cantar estrelas
A cantar estrelas
A pintar o azul
E eu dou as asas aos bichos
As asas aos bichos
Para me seres a rosa
Eu dou o meu corpo ao pó
O meu corpo ao pó
Para me seres o grão
Eu dou a minha boca à nuvem
A minha boca à nuvem
Para me seres o sol
Eu nasço-te flor na escuridão
Molhado no teu sangue
Para me seres a lua
E eu dou o meu corpo ao teu
Para pintar o céu
Para me seres amor!
Manuel Luís
Subscrever:
Mensagens (Atom)