4.19.2019

Esta noite encosto o meu colo
Ao teu colo
E deixo que as tuas mãos
Me deixem sentir
O que é um país
À entrada do rio pelo mar
Eu sinto que o teu colo é diferente

recomeça

Os filhos, os animais e as abelhas
E a minha boca
Um chão de suspense
Semeado
Tudo o que te desço
É como que
Uma casa que me abres
Saiba a um país
E a matéria das tuas mãos
A origem do meu mundo

E os pássaros
Pássaros que nunca nasceram
Te debiquem
Mas tu floresces
Onde dizem que é pedra
É a tua mão a violar o sol que queima a folha
Caminho que só leva ao rosto
Os dias que só têm começo
Já os barcos vão

E eu e tu corpos de um outro país
De uma outra colheita
Onde a morte é o dia
Em que o teu coração se me abre para sempre.
Ainda ficamos em rio de amendoeiras!

Manuel Luís Feliciano

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