LISBOA
Em Lisboa as casas quebram o gelo verde dos jardins
Sinto o calor da pele por mais que o tempo arrefeça
Crescendo numa maçã de ouro que lava todos os navios
Os caminhos tortuosos têm como regresso o teu rosto
Inacessivel às sombras que os teus cabelos destroem
A noite vestida de branco foi onde deixamos o peito
Como crianças gritando a pedra pesada e madura
Com que nos carregaram o mundo num colar feito de amor
A vertigem e o cansaço do tempo voltado para o nada
Secreto na voz de Alfama com seu colo iluminado
Partimos em nossos beijos como barcos a meia luz
Por postigos e sardinheiras com que se maruja no Tejo
Seguimos viagem nos sonhos entre crepúsculos e mãos
perdemo-nos entre névoas ao som dos carris das colinas
Em estações sem bilhetes e áreas circundas a turistas
Partiriamos em astros não fosse o sermos só Brisa!
Que o verão desmancha nas flores, que a primavera não deixa!
Manuel Feliciano
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