11.16.2010

Mais além

Meu amor
Estou no limite da luz
Que os lábios temem na noite
Na terra ainda não cavada
À frente da trovoada
Das areias do deserto
Na abóbada do céu
No tempo que se dobra nas ondas
Para te colher como um anjo
E te receber com um beijo
Sem um trovão que perturbe
Ou a brancura da neve
Nos ossos alvos do corpo
E te mostrar o outro mundo
No pão quente das minhas mãos
Em Outonos que incendeiam
E Invernos que enternecem
E brisas que nos olham crianças
Sem folhas que se corroam
Com os grãos secos da chuva!


manuel feliciano

Sem comentários:

Enviar um comentário