1.13.2011

No limbo das nuvens

Vi um luar de carne
Uma princesa numa faveira
Uma aeronave numa maçã
Ferros que me diziam ser homens
Homens abandonados em ferros
E flores nas gotas da chuva
O céu nas veredas da terra
O infinito em campo de arroz
Deus na lâmpada do meu cérebro
Mulheres que me lavavam dores
Num tanque de alucinações
Vi mãos de anjos em latas
Tréns chiando-me nas veias
Sobre os carris dos teus braços
Namorados em bancos de nuvens
As pedras parindo-me o sol
Segundos muito mais que séculos
O além oferecendo-me os seios
Num sorriso lambendo a fome
Vi tudo como quem está cego!


manuel feliciano

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