Os teus seios, ai os teus seios
Redondos como a alma humana
Silenciosos da cor dos gemidos
Braçada de mar nos olhos
Curvos com toda a extensão
Escrevem nas lascas dos lábios
A mudez a arder de gozo
E enquanto morro é vale vivo
E enquanto vivo procuro o vale
E as palavras curvas
E os beijos curvos
Que voltam ao mesmo ponto
Ao mesmo olhar
Feito de coxas macias
Qual timbre da chuva na cara
Qual sol a beliscar o arvoredo
É quando a terra deixa de existir
Nos teus seios de ardósia e uvas!
manuel feliciano
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