Ouvia-se uma árvore estranha numa nuvem
Depois a nuvem despiu-se como uma mulher na chuva
A terra toda seca alagou-se
E o pássaro abriu os gomos secos
Na pelvis da terra
A cheirar a carne
E um grito cor de laranja
Relampejou
Entre os braços que já dormiam
Os lábios procuraram-se noutros
Nasceu de uma força mágica
A erva no sorriso
E um silêncio
Mais cortante que a altura das estrelas
Disse-me com raízes de cabelos
Que ser homem
É só metade de si na luz em torno da lua
Num beijo absoluto
É sempre que
Um pássaro transborda a finitude do mar
É Sempre que uma palavra emerge
Nos músculos de outras paredes.
manuel feliciano
Uma beleza, meu amigo! O manejo surpreendente e fluido das palavras resgatam-me os olhos e sentidos.
ResponderEliminarabraço!