1.11.2015

Em tua memória meu amor Giovanna Morocco


 Se eu pudesse reencontra-te
No meio da multidão que passa
São tantos os rostos profanos de algodão e linho
mergulhados no meu coração
Que não caberiam em nenhuma rua
Dos quais eu não consigo ver o mar
Tu que és da luz que envolve a lua
Que chama a semente ao canto dos pardais
De campo amplo, onde semeio os meus lábios
Na tua respiração e me reconheço
Eu que de ti conheço  o rosto
O teu tronco
As tuas raízes em mim espalhadas
A tua semente inteira
Como posso eu
Dar-te carne flor e maresia
Ser fogo e aquecer-te de todas as primaveras
Chamar-te  com a minha voz que é da tua água
Na qual correm os teus cabelos e o teu sangue
Dar-te um beijo e em mim fazer-se dia!


Manuel Feliciano

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