O que eu queria de ti era estrela e não o céu
O que eu queria de ti era porta e não a casa
O que eu queria de ti era a erva e não o chão
O que eu queria de ti era o mel e não a abelha
O que eu queria de ti era uma mão fechada
Que me abrisse os lábios na curva dos teus joelhos
O que eu queria de ti era uma nuvem cinzenta
Que chovesse quando os teus beijos queimam
O que eu queria de ti era um rélogio
Feito de beijos e abraços a estalarem em girassóis
OS NOSSO OLHOS SEMPRE CRIANÇAS
RECITANDO FLORES NA PELE CARCOMIDA
DE MAÇÃS DESEJANDO FLORES
SEMENTES IMPLORANDO TRONCOS
GEMENDO O PERFUME DE LUARES
DE VELHAS AS NOSSAS MÃOS
AFONGANDO-SE NO MAR
AINDA NOVAS TREMENDO COMO FOLHAS
INCHADAS DE BRISAS QUE NÃO ADIAM
O ESTREMECER DAS PERNAS NAS TUAS PERNAS
NEM SE PÕEM NA NUDEZ FAMINTA DAS BOCAS
QUE MASTIGAM O POR DO SOL
DENTE POR DENTE E SALIVA
SEM O AMANHÃ DE OLHOS QUE SE FECHAM NO INFINITO
O que eu queria de ti uma campa aberta
Onde eu pudesse dentro de ti NASCER!
Manuel Feliciano
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