4.17.2010

O incógnito mundo

Súbita…uma flor de gelo
Afagando o colo…
Eu trago nos meus olhos
Torrões de açucar
Que são insolúveis
À própria chuva
Que praia é esta de um azul cansado
Dói-me até ao pescoço esta descrença
De saber que sou de saber que existo
Enquanto sombra que perdeu a casa
Que era somente casa metafísica
Que voz agreste ainda me chama
Para beijar quem? - a puta da vida[…]
Eu só sou fantasma com uma lanterna
Quem é o ladrão que me leva o estômago
Que sopa é esta que me come a língua?
Tenho sonhos prenhes na esfera do céu
Um parto adiado na boca ferida
Mais fria que a bala moldando o fogo
E que fé a minha sem campo exacto!
Sou manco, manco, deveras manco!
Eu creio em tudo desacreditando
O sol que é bom há-de perdoar-me
Ou a neve fria trazer-me o castigo
Encham-me de luz, pois não quero ver!
O belo jardim d'árvores de pedra[…]



manuel feliciano

1 comentário:

  1. oi
    gostei ,especialmente,deste poema!
    muito belo!
    continuamos a ser brindados com belos poemas.

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