3.25.2011

Amor desencontrado

Na adolescência eu tive um grande amor

Que vinha comprar rebuçados para nos olharmos

E pelo caminho apanhava figos e não tinha fome

Cortava uvas e não tinha sede

Como uma forma de nos acariciarmos

E porque a voz nos falhava

Quando queriamos dizer amor

As uvas e os figos eram os beijos e as palavras

Que trocamos sem querer

Hoje eu lembro como quem te reencontra

Na loucura de um verão quente

Com as pálpebras bêbedas de sede

A milésimos de cortar a meta

E concordo que um grande amor será sempre

Um jardim desencontrado!





manuel feliciano

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