Na adolescência eu tive um grande amor
Que vinha comprar rebuçados para nos olharmos
E pelo caminho apanhava figos e não tinha fome
Cortava uvas e não tinha sede
Como uma forma de nos acariciarmos
E porque a voz nos falhava
Quando queriamos dizer amor
As uvas e os figos eram os beijos e as palavras
Que trocamos sem querer
Hoje eu lembro como quem te reencontra
Na loucura de um verão quente
Com as pálpebras bêbedas de sede
A milésimos de cortar a meta
E concordo que um grande amor será sempre
Um jardim desencontrado!
manuel feliciano
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