Se ao menos as palavras fossem nuas
Como uma mulher de chuva nas nuvens
E soubessem à pequenez das coisas
E nos despissem em ervas ingénuas
Quem sabe não germinariam rosas
As primaveras tão magras
Nos campos pútridos das almas
Nas latas velhas das bocas
Vissemos lábios a luzir na brisa
A desenrolar sorrisos nas folhas
O outro caberia-nos por inteiro
E o ego não teria as mãos tão frias.
manuel feliciano
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