Em mim existe uma largura de mar
Não conheço a negrura da noite
Onde uma cama aberta com folhas de palmeiras
Não possa sentir o teu amplexo do ar
O sangue a movimentar-te o corpo
A secreta flor a beber-te na chuva
E as mãos todas fora do seu contorno
Só a tua cintura
Ponto de naufrágio
Os meus olhos são o pátio
Onde os teus seios exprimem luar
Caiam as folhas
Nasçam as flores
E os lábios se queimem ao gelo
Há crianças que matam a sede
Mesmo que as mãos se desprendam
É
Mais alto o amor,
Quando os barcos não chegam
Sobre as conchas da areia!
Manuel Feliciano
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