12.01.2010

Em busca do céu

Meu amor, o teu tronco doce cheira-me a astros flamejantes
E eu efectivamente adoro-te olhar o céu de telescópio
E nas águas furtadas do ardor húmido em triângulo
Onde rego o trigo e me iluminas as sombras do rosto
Há um vai e vem de vozes a soluçar em mar nas rochas
E brincos de princesas nas auréolas dos teus planaltos
Lambidos pela humidade da língua da brisa em carne
Num zumbido de abelhas que desflora as pétalas erectas
És-me xilofone enibriado de toques musicais nos gânglios
E os dedos no corpo tocam-nos notas musicais em sumo
E o teu céu abandona-se-me num pomar cheios de frutos
Enquantos os nossos murmúrios nos revolvem como enxadas
Há vias – lácteas que nos levam a conhecer um outro mundo
Dentro das entranhas crescem-nos estalagmites em gritos
E o céu é aves atordidas em desmaios que nos voam em saliva.



manuel feliciano

Sem comentários:

Enviar um comentário