12.10.2010

Um não que gera o fruto

Desprende as tuas mãos da ilha das palavras
Há barcos de luar na tumefacção das sílabas
Acende com as pálpebras o peito das estrelas
E pássaros em cabelos no umbral dos lábios
Deixa que o teu silêncio me rasgue num farol
Sem navios em viagem afogados na garganta
Sou uma alga nascendo em teu colo salgado
E há desejos que te ardem em árvores de neve
E flores de saliva em jardins se não regressas
E eu fujo da tua escuridão que te bebo em luz
Floresce-me um sorriso na árvore já sem flores
Enquanto me matas de pão na fome do mundo.


manuel feliciano

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