Quero que me dês os teus ombros quentes
Do cantar dos pássaros
O teu amor folha de madeira rosa
As horas que não se vêem
Na fundura da pele
E o amanhecer
No hálito dos teus cabelos
Quero que sejas A minha única noite plena de mistério
No luar dos seios
O teu olhar a sibilar na chuva
Dorso do meu dorso
A verdadeira campa
De flores de saliva
Desenhadas no côncavo das bocas
Florestas de âmbar no colo de estrelas
Ah se um dia os bichos inauguarem o nosso corpo
É porque nós já não estamos
No limbo de abelhas
Na navalha do polén
É de cabelos brancos
E de morte
Quando me beijas
Com o atrito das faces
Fonte que arde
Porque nós
Somos das hastes de névoas
Dos arcordes intimos da brisa
O esterno da loucura
Paisagem demorada
O barro por gemer
No tanto que as cabras pastam!
manuel feliciano
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