Vou pelo vazio do mundo
Da cor dos teus sapatos verdes
E dos teus olhos
Pousados na minha garganta
Colhido pelo teu abraço
O teu colo afogado nas varas da minha voz
Na rotação de guarda-chuvas
E as tuas mãos a acordar
A inércia dos músculos
Por caminhos e sinais em branco
Que despem toda a carne
Ah quem me dera que o sol
Entrasse pelos meus poros
E tu fosses sequer a sombra
De um jardim com o teu cheiro
E a tua boca um rio que me afogasse
Talvez assim eu encontrasse a noite
Talvez assim eu visse as estrelas
E os caminhos
Os caminhos a latejar de ervas
Ahhhhhhhhh, mas nem isso
Pudesse eu ao menos acordar deste sono
Para me conhecer! E os teus cabelos bombeassem
Água nos meus lábios com toda a sede
Para eu ver com beleza a tua exactidão
Os ângulos insolúveis dos beijos.
manuel feliciano
.
Há vazios que se encharcam de desejos.
ResponderEliminarSempre um prazer te ler, meu amigo.
Abraço!