Não sou filho de pai nem mãe
Todo o mundo me foi emprestado
Peretença que não pertence
Os dons
A inteligência
A beleza
E todas as coisas materialmente belas
Só são coisas imaterialmente belas
Varas de guarda - chuvas
Ou calçado em ruas desvairado
Os olhos dos gatos prenchem-me todo o vácuo
Há estradas escavadas nas mãos
Sem quaisquer estradas
O rio tem escrito nas uvas
As mulheres de branco
Estaticamente deambulantes
Pela gramática das pernas desgramaticadas
A dissertação
É quando a abelha
Traz a canção sobre a flor
E leva o nectar
Eis tudo o que te quero dizer
Nesta tarde de agosto
Não há nada para fazer
Nada para cumprir
Enquanto o sol
Empresta os ouvidos à areia
E chama toda a semente à morte
Por células de um sorriso vivas
Neste ínico
Neste constante ínicio
de carne perfumada de feridas
Não há nada para fazer
Nada para cumprir Na neve dos pulmões
Senão os braços abertos ao mundo!
manuel feliciano
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