12.23.2010

Eu e uma bola de gelo nas mãos

Eu eu e uma bola de gelo nas mãos
Que alguém por engano me ofereceu
Como se os meus sonhos fossem de ferro
Os pássaros que voam de papel
E as minhas lágrimas bailarinas
De elegantes pernas dançando-me
E os meus olhos cagassem na pedra sem espelho
E em mim se dobrem longínquos sinos calcinados
Quis mergulhar em crespúsculos de ser-me
Tocando o além e abraçar-me
Eu que nunca soube onde fica o além
Senão nas mãos de minha avó fazendo renda
E nunca esperei que nenhum deus me amasse
Eu que toquei todos os deuses em lençóis de trigo
Eles que me beijam trasnlucidamente louco
Como quem não sabe nada de si e do mundo
A minha alma desepera-se em estrelas
Na esperança de campos sem abismo
Trouxe a fome de asas numa bola de neve
Para que ela voe e não me atormente os dias
E os deuses recordar-se-ao um dia
De quanto a minha pequenez gerou seres de sol
Capazes de engolir navios estanques em mares de gelo
E plantar milho nos olhos em desventura
De quem fez do sofrimentos árvores com frutos.



manuel feliciano

1 comentário:

  1. Manuelllllllllllllll
    Te deseo mucha felicidad, amor,cariño,calor, salud y que nunca carezcas de cuanto puedas necesitar.
    Un beso muy muy muy grande.
    Feliz Navidad

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