8.22.2011

Não quero nada

Não quero nada

Nada

Com a força da luz



E dos músculos da chuva

A esventrar os sonhos

Com a tua mão ainda seca

Não propensa ao dia



Os meus ideais

Os meus anseios

Nódulos de madeira

Onde te geras

Em trémulo vestido

A escorrer nos ramos



Ahhhhhh senhor do mundo

São um candeeiro

Feito de terra

Brisa por cavar

Os olhos adormecidos

Que te vêem com sangue



Pó invertebrado do colo

Ahhhh, ninho que me acolhe

Que me enche de ti

Num mar de fagulhas

Tudo que sou e quero

Cheio de tua carícia



Ahh, não quero nada, nada

Com a tua voz dentro da urze

E a noite amadurecer na carne

A água no ciclo do sono

Da larva à borboleta!



manuel feliciano

.

2 comentários:

  1. nada a querer além do doce queimar...

    bravo, meu amigo!

    grande abraço.

    ResponderEliminar
  2. Eu acho incrível a poesia escrita com o português genuíno, a língua portuguesa em sua origem e veracidade. Está muito bom, meu amigo!
    Meus Parabéns!

    ResponderEliminar