8.27.2010

Enquanto na fome houver













Enquanto na fome houver
Piratas mas de segunda
Comedores feitos gentalha
Homens com moral de lata
Canibais de gravatinha
Cabrões do vale tudo
Camelos numa avenida
Com morte sentenciada.

Enquanto na fome houver
Teorema sem teoria
Homens Bomba de Napalm
Com mãos atadas às costas
Navios podres sem proa
E o amor for só veneno
Carnaval sem fantasia
o homem é herói de palha.

Não me digam que escrevi
Poesia p'ra abrir Champagne
Com piruetas e arcos
Dipenso o bolo e a turba
Não me batam sequer palmas
só o faço por ternura
Enquanto uma mulher parir
Um filho já excomungado
Ante as leis do anti-mundo.

Enquanto na fome houver
A negação de outro ser
Ditadores em democracia
Palavras só lã de cabra
Relógio badalando à sorte
Lambões com cara de padre
Vontade pézinho de chumbo
Ai coitados é dos coitados!

Ri-te meu mau samaritano
Não és dono sequer de ti
Quanto mais comprares o tempo.


manuel feliciano - Em prol dos direitos humanos e pela paz

1 comentário:

  1. gostei dessa poesia ela é triste mas é o que está acontecendo nesse nosso mundo de ilusão da paz abraço amigo

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