Hoje sei que ali, cume de pedra
É palavra mole na gruta da boca
Sem pernas e joelhos
Luz abrangente no halo que te veste
De aneis dispersos
Que te Quer
Que te Quer
Que te Quer Toda despida
Até ficares bem grande
E entrares pelos meus olhos adentro
Com os teu braços içados na torrente do espaço
Colhendo-me todo
Voltados p’ra fora
Porque eu não sou refém dos cumes
Oh rostos nauseabundos
Eu não sou refém de nada
Aliás, de nada, de nada, que é nada?
Acordar contigo todo por dentro
E a alma a respirar toda por fora
E levar-te por jardins sem o sol no chão
E ali é o teu corpo inteiro
Quanto me sabe a mar toda esta porta fechada
E os olhos sôfegos de ali
Rodam no sol e transmutam em grito
Porque é só aqui esse teu corpo onde amadureço
Repente de asa e aconchego
Num bico de um pássaro nós dois
Não quero saber mais de cumes só do cheiro, só do cheiro
Que vem de ti
Casa plantada sobre o mar
Infinito
Infinito ah não, deixa-me tocar o infinito
Em delírios que só tu sabes
Que a puta da terra é quadrada!
manuel feliciano
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