Esta ausência dolorida de caravelas
Colhe na garganta todo o mar
E o mel todo nos pêssegos
E o sol todo na seiva
Aves em janelas de nuvens
Campos de trigo no céu
E eu e tu no centro
Há quem Como eu os veja
A oriente de tudo
Mesmo por debaixo das pálpebras
E o sal a lamber toda a boca
E o sorriso Marinheiros ao longe
Ao longe
Dizes-me que as flores
Luzem ainda sobre o sódio das faces
E os perigos são gaivotas
No abrigo do céu
E que a ausência somos os dois
De mãos dadas
Terra em líquido céu
Chuva que arde
Quando os braços se desligam
E o mar não abraça a ilha
E o amor é pedra leve...
O mundo estende-se mais além
Da cor do nosso dentro
E dá-se-nos em tudo o que falta.
Manuel Feliciano
Mar-amar-abraça-o-sal-e-o-sol-que-escorre-bocas-e-colhe-mãos-ao-corpo-que-se-afasta-ainda-quente.
ResponderEliminarNem sei o que comentar, tão sensitivo são teus poemas. Então escrevi algumas sensações.
Belo, amigo!
abraço!