Dentro da água e do pó
Peixes enleados nas nuvens
Na areia sobre o céu
E o mar gritando
Pelo seu espaço
E âmago
Era a boca
A desnudar toda a sombra
Imprópria
Que não sabe de nós
Nem dos ramos
Fogo prenhe
Dos nossos olhos em cavidades profundas
Submersas nas bocas das conchas
Onde
Palavras com eco
Batem contra o pescoço das rochas
E as lapas dos olhos
Esses olhos virtiginosos
Que não suspiram
Pernas enleadas
No fogo de Vênus
E vertem todo o sangue
Nesse jardim
De árvores vazias
E bancos calados
Que os meus braços e os teus
Amplos
De colheita
Abundam Contra a inércia dos movimentos Em frutos cristalizados
Na púbis da flor
Polonizada
Feita de nós
Em janelas abertas
Com memória e Gestos
Correndo nas alturas Como um trém de Brisa
Em torno do mundo
De pulmões solares
Entre as raízes trincando todo o gelo
Do silêncio
E homens tão somente eléctricos
Com carvão na voz Um grito abrindo toda a carne
Que a luz entorna
Entre a frescura de auréolas
Em toalhas de trigo
Escorrendo em sorrisos Curvados Os dedos
Por almas em espuma A pele
À bolina do hálito vence a Lámina Que corta
O sonho Envolto Em Êmbolos Sonoros De cordas
Escava e regenera o verbo seco
Que jaz nas entranhas do que não morre!
manuel feliciano
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