10.12.2010

No areal da memória

No areal da memória
Não ficaram as tuas pegadas
Nem o sobejo salgado das ondas
Palavras sem hastes e folhas
Nem as sombras húmidas dos corpos
No areal da memória
Os nossos braços erguem-se de vida
Os corações esvoaçam nas gaivotas
Tu e eu quebramos o vidro do tempo
E no areal da memória
Só ficam aqueles que morrem
A nossa boca chama sempre o sol
Deixemos as lembranças para o mar
E a saudade para os que não amam
E para os que nunca chegaram a ser
Nós estamos aqui felizes da vida
O meu amor incendeia todos os silêncios.

manuel feliciano

Sem comentários:

Enviar um comentário